Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Rivaldo Barbosa, preso desde o dia 24 de março, por suspeita de participação nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Torres, solicitou, por meio de sua defesa, para que ele e a esposa, Érika Araújo, sejam ouvidos pela Polícia Federal (PF) sobre o caso Marielle.
Os advogados entraram com o pedido encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para que o casal seja ouvido.
Marielle e Anderson foram assassinados em março de 2018 no Rio de Janeiro. O preso é ex-chefe da polícia civil do RJ.
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Na última quinta-feira, 25/4, os advogados Marcelo Ferreira e Felipe Dalleprane informaram que havia uma decisão da justiça para que os suspeitos do crime fossem ouvidos pela PF, mas isso não foi cumprido após mais de 30 dias desde as prisões.
Na petição, os advogados alegam que, passados mais de um mês da prisão de Rivaldo, ainda não houve as oitivas. Eles argumentam que, em depoimento, o delegado poderia esclarecer, com documentações e notas fiscais, que não possuía empresa de fachada, como alega a Polícia Federal.
A mulher do delegado é investigada por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os advogados de Érika Araújo defendem que ela é empresária com formação em gestão empresarial, além de advogada, mas a Polícia Federal pontua que a empresa era de fachada para lavar dinheiro de propina do marido Rivaldo.
De acordo com o relatório da Polícia Federal, o ex-chefe da PC do Rio recebia ‘mesada’ para não investigar os crimes de assassinatos na Delegacia de Homicídios do RJ. As investigações apontam que haveria uma rotina de pagamento de propinas em valores que de R$ 60 mil a R$ 80 mil para obstruir investigações.
A defesa também sugere que os colaboradores e representantes da empresa sejam ouvidos para comprovar a legalidade da firma.
O assassinato
No dia 14 de março de 2018, Marielle foi morta a tiros no bairro do Estácio, na região central da capital fluminense. A vereadora, que saia de um evento com mulheres negras, foi morta com quatro disparos na cabeça. Anderson Gomes, motorista do carro que a transportava pela cidade, foi atingido por três projéteis nas costas e também faleceu.
Ronnie Lessa, ex-policial militar preso preventivamente desde março de 2019, é apontado como o principal suspeito da autoria dos assassinatos. Segundo Élcio de Queiroz, Lessa foi o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson em março de 2018.
Preso desde março de 2019, Queiroz também é ex-PM e foi o motorista do carro que seguiu Marielle e Anderson pelo centro do Rio. Em 14 de junho deste ano, ele fez uma delação premiada onde admitiu a participação no crime e forneceu novos detalhes da execução aos investigadores. Em 2020, ele foi condenado a cinco anos de prisão e pagamento de multa pelo porte de munição e pela posse de armas de fogo, munições e carregadores.