Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Celso Amorim, chefe da assessoria internacional da Presidência da República, realizou uma ligação nesta quinta-feira, 12/10, para Faiza Aboul Naga, assessora direta de segurança do presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. Ele busca soluções para a retirada de cerca de 28 brasileiros na Faixa de Gaza.
Naga garantiu máxima atenção à questão e prometeu levar imediatamente a solicitação do governo brasileiro ao presidente egípcio. No entanto, ressaltou a complexidade da situação devido aos ataques israelenses durante a conversa com Amorim.
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A ajuda do Egito se torna determinante na tentativa de resgatar brasileiros em meio ao conflito entre Israel e Hamas. A operação de resgate ainda carece de uma data definida. A opção principal é considerar a passagem de Rafah como o caminho ideal para a retirada, que representa a única entrada e saída de Gaza que não se conecta a Israel.
Nessa quarta-feira, 11, o Itamaraty comunicou aos brasileiros em Gaza que o Brasil e o Egito estavam explorando a viabilidade de um “corredor humanitário” para possibilitar a saída da região.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, adiou sua visita às Filipinas e viajou a Nova York para participar de uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, convocada pelo Brasil para esta sexta-feira, 13.
A segurança e repatriação dos brasileiros em Gaza tornaram-se a principal prioridade do governo brasileiro.
Entretanto, o Egito hesita em abrir sua fronteira com Gaza, com receio de acolher milhares de refugiados palestinos. Além disso, os bombardeios de Israel em Rafah têm aumentado a insegurança e complicado as negociações entre Brasil e Egito.
Também na quarta-feira, o presidente Lula emitiu um comunicado solicitando a criação de um corredor humanitário para permitir a saída segura de civis, com ênfase em idosos, crianças e mulheres, de Gaza. Até o momento, Israel não se manifestou sobre a proposta.
A vida dos brasileiros em Gaza é marcada por momentos de desespero porque Israel bloqueou a entrada de comida, água e cortou a eletricidade, enquanto os bombardeios persistem. Brasileiros relatam que a região está cercada no mar e nas fronteiras terrestres, deixando-os encurralados em uma situação precária.
O governo brasileiro conseguiu abrigar 13 dos 28 brasileiros que desejam sair de Gaza em uma escola católica, pedindo que Israel evitasse bombardeios no local. No entanto, o risco persiste. Bombardeios israelenses resultaram na morte de funcionários e estudantes da ONU na quarta-feira.
Ainda, nesta sexta-feira, 13/10, durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU, presidida pelo Brasil, será discutida a criação de um corredor humanitário em Gaza para permitir a saída segura de civis do território sob cerco.