Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Durante operação contra o garimpo ilegal no município de Maués, a 258 quilômetros de Manaus, um bilhete com valores revelou o preço de produtos comercializados entre os garimpeiros. Na ação, mais de 70 trabalhadores foram encontrados em condições análoga à escravidão.
Dentre os produtos listados, chama a atenção o valor cobrado pelo maço do cigarro Carlton: R$ 250,00, cerca de 100 reais acima do preço cobrado no mercado legal. O maço vem com 10 carteiras, o que custaria 25 reais cada.
Leia mais: De 2016 a 2022, garimpo ilegal cresceu 361% em terras indígenas
Outro produto com valor abusivo comercializado no local é a pilha. Os garimpeiros comercializam o produto por R$ 70,00. Um dos motivos pela cobrança desse valor é a de que o produto é bastante comercializado no garimpo.
Além disso, o biscoito recheado e o barbeador custam R$ 10,00 a unidade, uma única camisa é cobrado R$ 80,00 e um desodorante custa 30 reais.
Mineração Obscura
A lista com o preço dos produto comercializados no garimpo ilegal foi apreendida durante a Operação Mineração Obscura, realizada pela Polícia Federal e órgãos do Estado. A ação foi iniciada na última sexta-feira, 26/4.
De acordo com a PF, o garimpo nesta área é realizado na modalidade de poço, onde os trabalhadores operam de forma subterrânea, desprovidos de qualquer equipamento de proteção individual.
As investigações dão conta de que este se tratava de um dos garimpos mais lucrativos de toda a América Latina, com uma produção diária superior a 6 kg de ouro. A operação continua até o dia 3 de maio, data em que será divulgado balanço das ações da Polícia Federal na região.
Também atuam diretamente na ação o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT), buscando não apenas coibir atividades ilegais, mas também proteger os direitos dos trabalhadores e preservar o meio ambiente.
Ainda conforme a Polícia Federal, os responsáveis pelo garimpo ilegal serão responsabilizados perante a lei, enquanto medidas serão tomadas para garantir o resgate e a assistência adequada aos trabalhadores encontrados em situação de vulnerabilidade.
*Com informações da assessoria