Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Cinema também pode ser acessível para aqueles que muitas vezes não conseguem chegar a sala com o famoso telão branco. Esse é o propósito do Projeto Social “Cine Palafita”, que exibe conhecidas produções audiovisuais para crianças e adolescentes, as margens de um braço do Rio Negro, no bairro Educandos, zona Sul de Manaus.
A ação está em atividade desde setembro do ano passado, sendo realizado sempre no último sábado de cada mês, a partir das 18h30. A pessoa por trás desse projeto é o grafiteiro, artista visual e estudante de pedagogia, Jorge Lio, que também é morador de comunidade.
“Eu sempre trabalhei com projetos ligados ao hip-hop. Sempre fui voluntário, já estava a um tempo parado e com vontade de mobilizar um projeto na comunidade. Um dia passando pelo beco da minha casa, eu vi duas crianças dividindo um celular pra assistir um desenho. Aí na hora eu tive a ideia de fazer um cinema”, comentou Jorge Lio.
Leia mais: Adanilo é confirmado em ‘Volta por cima’, próxima novela da TV Globo
O Cine Palafita é um projeto sem fins lucrativos, que é mantido por meio de doações e trabalho voluntário. Além da exibição de filmes infantis, a programação também inclui a distribuição de material pedagógico, brinquedo e quando possível, cestas básicas. Doações podem ser feitas pela Chave-Pix: 92991156386.
“É um projeto de militância também, porque o acesso à arte, à cultura e à educação é um direito de todo mundo, da criança e do adolescente. As pessoas elitizaram os cinemas e a comunidade lá não frequenta shopping. A gente tenta fazer esse cinema na quebrada, tenta não, fazemos de uma forma que venha humanizar”, declarou o organizador.
Educação artística
Jorge Lio destaca que as escolas precisam da presença de mais pessoas ligadas a todos os tipos de arte. Ele ressalta que as unidades educacionais precisam abrir as portas para a comunidade.
“O meu intuito com o projeto Cine Palafita não é só passar um cinema lá, mas é fazer os moleques pensarem mesmo, sobre sua perspectiva de vida, sobre a sua classe social, sobre os problemas que afetam a comunidade […] As pessoas me falam ‘teu projeto é muito massa’, eu falo ‘mano, tu acha muito interessante? tu acha legal? Faz na tua comunidade também’”, completou o artista.