Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Lugares para relaxar, se divertir, beber, comer e encontrar amigos, os bares e botecos são a preferência de boa parte do público manauara. Com o surgimento de novos negócios do segmento em Manaus, janelas se abrem para aqueles que buscam tradição, inclusão e espaços de resistência.
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Exemplos de locais como esses, que criam momentos marcantes, existem e são diversos. Em suas singularidades e vivências particulares, o Bar do Caldeira, o Bar Sarará e o Espaço Curupira Mãe do Mato, tem contribuído para o reaquecimento da vida boêmia na capital amazonense.
Tradição
O Bar do Caldeira é um dos botecos mais tradicionais de Manaus. Com 60 anos de história, o espaço é um dos berços do samba e recorda a história de figuras ilustres do Brasil e do Mundo que passaram pelo Amazonas.
Para o proprietário, Carbajal Gomes, é possível evoluir com o passar do tempo sem esquecer da tradição. Antes, segundo ele, o público do estabelecimento era mais fechado, sendo que, atualmente, o local apresenta um público bem diversificado.
“Nós costumamos dizer que o Caldeira não é o bar da moda, ele é tradicional. Hoje o Caldeira não é um bar que só dá pessoas jovens, ou pessoas de idade. Temos toda essa força porque o bar consegue aglutinar todas as tribos”, ressaltou Carbajal Gomes.
Regado a muito Samba, cerveja e cachaça, o bar conta com os petiscos mais conhecidos, além de especiais como o “Pastel da Aparecida”, uma homenagem ao pastel da tradicional feira do bairro, que leva o mesmo nome. A programação é divulgada no perfil do instagram: @barcaldeiraoficial.
“Quando o assunto é música, o Caldeira mantém a tradicionalidade dele mais uma vez! Nós temos chorinho, Música Popular Brasileira, Pagode e Samba. E aí é a nossa pegada de manter a tradicionalidade. O nosso bar é boêmia”, declarou.
O Caldeira do Centro está localizado na rua José Clemente, 237, entre o Colégio Militar de Manaus e a Santa Casa de Misericórdia. A unidade da Vila fica na avenida Maceió, 497, bairro Nossa Senhora das Graças, zona Centro-Sul.
Inclusão
O Espaço Curupira Mãe do Mato tem o compromisso de valorizar a arte local, e ser palco de diversas linguagens artísticas como o teatro, música e dança. O local fica na avenida Sete de Setembro, 1710, bairro Centro, na zona Sul da capital.
O Curupira busca ressaltar os artistas manauaras, e ser palco de diversas linguagens como o teatro, música e dança. A agenda pode ser acompanhada pelo instagram @curupiramaedomato. São realizados eventos semanais com playlist da casa e acesso gratuito.
A DJ e advogada Carol Amaral, explica que todos os públicos são bem-vindos no local, onde a política da inclusão é longitudinal para Pessoas com Deficiência (PCDs) e do público Transgênero, que não pagam entrada.
“Tentamos trazer a regionalidade para o nosso cardápio, usando ingredientes amazônicos tanto na comida quanto nos drinks, com o Bolinho de Piracuí, Palito de Tapioca ou a caipirinha paraense, que leva limão, cachaça de jambu e raspas de puxuri”, disse a DJ.
O espaço tem sido ponto de encontro entre artistas da cena independente de Manaus, além de espaço para eventos voltados à causas ambientais, sociais, culturais e artísticas na cidade.
“O Centro é rico em história e a importância de empreender culturalmente é justamente celebrar a regionalidade, celebrar o coração da cidade, trazer as pessoas para esse lugar, para que entendam as nuances do espaço onde elas vivem.”
Carol Amaral
Resistência e Ancestralidade
O Bar Sarará abre de quarta a domingo, com atrações musicais todos os dias. O espaço que fica localizado na rua Ferreira Pena, 76, no Centro de Manaus, é dirigido por duas mulheres, Fabíola Kimura e Laura Abreu.
Para a proprietária, Laura Abreu, o local tem a ver com irreverência, ancestralidade, musicalidade, gastronomia, leveza, criatividade, alegria, hospitalidade e liberdade.
“Aqui todos são bem vindos, mas pessoas pretas têm privilégios. O Samba é da comunidade preta. Não somos excludentes e nem exclusivos. A comunidade preta criou para ser um lugar de acolhimento. Todos serão bem recebidos e acolhidos, mas não toleramos vacilação com o nosso povo.” ressaltou a proprietária
Frisou a proprietária.
Os pratos preferidos pelo público são o arroz de rabada, coxinha de costela, manga com sal, moela e pernil com abacaxi grelhado, lascas de pão e um bolovo. “A gente é cervejeiro demais! No entanto, temos uma carta de drink pequena, mas bem executada”, destacou.
Para conferir a agenda da semana basta acompanhar o perfil @obar.sarara. O número para informações e localização: (92) 98163-0318.
“Criamos o Sarará pra ser para além de um bar, um corre político e de resistência. Ocupar o centro da cidade, diz muito sobre isso. O centro é plural e coletivo, e cá para nós: ninguém é grande sozinho, nossa caminhada de transformação é coletiva”, completou.