Letícia Rolim e Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Em meio a uma série de infrações ao estatuto do Boi Garantido, o Conselho Fiscal pediu, nesta quarta-feira, 21/6, o afastamento do presidente Antônio Andrade Barbosa; da Vice-Presidente Ida Silva; e de toda a Diretoria.
Representado pelos conselheiros Astryd Portilho, Ivanez Barros e Raimundo Oscar de Oliveira, o documento foi protocolado e encaminhado ao Conselho de Ética do Boi Garantido e informado ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM).
A justificativa apresentada pelos conselheiros é a incompetência do presidente Antônio Andrade para comandar o Boi Garantido, principalmente às vésperas do Festival de 2023. O histórico de problemas relacionados à sua gestão vem se acumulando, comprometendo a imagem e a reputação da agremiação.
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“A incompetência do presidente foi oficializada por meio de ofício, onde o gestor faz clara chantagem contra apoiadores da festa, principalmente Governo do Estado e apoiadores da iniciativa privada. Gesto que coloca inclusive, o Festival de Parintins sob ameaça“, detalhou o documento.
Não é a primeira vez que o Conselho Fiscal denuncia Andrade e a diretoria. Em duas ocasiões anteriores, as contas anuais da associação foram reprovadas pela entidade, segundo a nota.
“Há um inquérito civil tramitando no MPAM, impetrado por este Conselho por conta dos desmandos e claras irregularidades nas contas do Garantido. Não temos dúvida que essas irregularidades causaram mais esse novo episódio de caos e vergonha para a nação vermelha e branca”, apontou o informe.
Justificativa
Em uma entrevista concedida à Rádio Clube de Parintins nesta quarta-feira, 21/6, o presidente do Boi Garantido, Antônio Andrade, abordou os recentes acontecimentos e explicou o motivo que o levou a ameaçar não levar o boi para a arena este ano.
Antônio disse que no festival de 2022 foram gastos cerca de R$ 8 milhões e ocorreu todos os problemas que resultaram na derrota do boi. Ele argumentou que não valeria a pena investir o mesmo valor novamente este ano.
“Fazer um boi de R$ 8 milhões significaria fazer o mesmo boi do ano passado e teríamos os mesmos problemas”, declarou o presidente.
Segundo Antônio, a parte mais cara do boi é a parte alegórica e, em 2022, foi elaborado um projeto que além da alegoria, haveria também um cenário, mas não funcionou, acarretando em diversos problemas.
O novo projeto exigia refazer todos os módulos alegóricos, além de lidar com problemas relacionados a ferros velhos. E que para trocar o ferros para o festival deste ano, cerca de R$ 3,5 milhões foram gastos.
Para a arrecadação, foi solicitado R$ 3 milhões à Petrobrás, e o valor seria dividido entre os dois bois, resultando em R$ 1,5 milhões para cada um.
No entanto, a empresa indicou que apenas R$ 700 mil seriam destinados a eles, o que significaria cerca de R$ 300 mil para cada boi, já descontados as despesas.
Diante disso, Antônio expressou preocupação, pois contava com o valor inicialmente acordado com a empresa.
“Nós tínhamos uma previsão de arrecadação, fora outros que também não entraram. No caso da Petrobrás, nós estávamos contando com essa contribuição“, ressaltou Antônio.
Confira o comunicado do Conselho ao MPAM, comarca de Parintins: