Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O senador Omar Aziz (PSD) adotou um tom conciliador, em entrevista ao jornalista Jefferson Coronel na sexta-feira, 15/11, ao falar sobre seu embate com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a CPI da Covid-19.
Omar minimizou os conflitos com Bolsonaro, enfatizando que suas ações na comissão não tiveram caráter ideológico e foram focadas na condução do governo durante a pandemia.
“Eu tive um embate com o Bolsonaro, mas a nossa questão era muito mais sobre questão de ciência. Era eu contra ele, não era direita e esquerda, não era nada disso”, afirmou senador Omar.
A fala reflete uma tentativa de Omar de equilibrar seu discurso, acenando para eleitores moderados e conservadores, enquanto mantém sua posição como maior interlocutor do presidente Lula (PT) no Amazonas.
Ele também destacou que, como presidente da CPI, evitou envolver familiares do ex-presidente no caso. “Por várias vezes houve pedidos para convocar Michele Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, Jair Renan e até a ex-mulher. Sabe quantas vezes eu coloquei isso para votação? Nenhuma“, afirmou.
O discurso de Omar é interpretado nos bastidores como uma tentativa de se posicionar mais ao centro, reduzindo a rejeição entre eleitores conservadores, especialmente em Manaus, onde o apoio a Bolsonaro é expressivo.
Na capital, a direita conservadora consolidou força, com Alberto Neto (PL) e Maria do Carmo (Novo), ambos apoiados pelo ex-presidente, alcançando juntos mais de 275 mil votos no segundo turno das eleições municipais.
Além disso, o movimento de Omar sinaliza uma estratégia para uma possível candidatura ao governo do Amazonas em 2026. A capital, que concentra metade dos eleitores do estado, terá papel decisivo.
Em 2022, Omar enfrentou dificuldades para se reeleger ao Senado, obtendo apenas 23% dos votos em Manaus, enquanto seu principal adversário, coronel Menezes (PP), alcançou 51%. Essa experiência reforça a necessidade de ampliar sua base eleitoral.