Lauris Rocha e Ana Clarissa – Rios de Notícias
PARINTINS (AM) – As gigantescas alegorias que encantam os torcedores dos bois Capricho e Garantido precisam ser fiscalizadas para não comprometerem a beleza e exuberância da maior festa folclórica do país, o 57° Festival de Parintins, a 369 quilômetros de Manaus.
Nesta quinta-feira, 27/6, na véspera do Festival, a presidente Alzira Miranda, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (CREA-AM), conversou com o Portal RIOS DE NOTÍCIAS, sobre a atuação do órgão na Ilha Tupinanbarana, além da polêmica dos guindastes.
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O Conselho tem o objetivo de prevenir acidentes em tudo o que diz respeito aos profissionais das áreas de engenharia. “O CREA tem que fiscalizar para ver se tem um profissional responsável apto a responder sobre as atividades. Aqui no Festival isso acontece na área da engenharia civil, pois os bois trabalham com estruturas, então, elas precisam ser assinadas por um engenheiro civil’, explicou.
A presidente do CREA-AM ainda ressaltou a existências de outras especialidades, além do engenheiro civil. “Existem outros profissionais necessários. Para ter uma ideia as alegorias são feita com estrutura metálica e algumas delas apresentam movimentações, então elas precisam ter um responsável técnico da modalidade de mecânica. É necessário um engenheiro mecânico responsável para que essas alegorias consigam fazer o seu trabalho sem causar nenhum prejuízo para a sociedade”, esclareceu.
Outro especialista de extrema importância para o festival é o engenheiro de segurança do trabalho, já que as alegorias envolvem os trabalhos em alturas. “Estamos atentos a tudo isso para prevenir a sociedade de possíveis acidentes”, ressaltou Alzira Miranda.
Polêmica dos guindastes
Nos últimos dias o clima esquentou entre as diretorias dos bumbás. Na última terça-feira, 25/6, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM, por meio da Promotoria de Parintins, instaurou um procedimento administrativo para averiguar o cumprimento das regras de segurança das duas agremiações ao usar guindastes industriais durante as apresentações de Caprichoso e Garantido.
Segundo relatos, o Garantido acionou o MP e o CREA para embargar o uso do guindaste de 500 toneladas do Caprichoso para apresentação dentro da arena, alegando questões de segurança e solicitando documentação do boi azulado.
Nesta reunião estava parte da diretoria dos bois, além dos técnicos de segurança e o Corpo de Bombeiros do Amazonas. Durante a discussão, o Caprichoso apresentou todos os documentos solicitados pelo Conselho Regional de Engenharia e o MP entendeu que o boi azul e branco está apto para o uso do guindaste, já o Garantido precisa regularizar alguns erros na documentação enviada.
“Todo mundo está aflito em relação a isso, a gente já conversou com todos os engenheiros do Garantido, eles tinham emitido [documentação], mas com alguns pequenos erros, então a gente pediu para que eles corrigissem e tão logo eles emitam, a gente vai dar o ok”, esclareceu a presidente do CREA-AM.
“Fomos acionados pelo Ministério Público, então isso fez com que a gente voltasse, conversasse e estamos aqui para ajudar os bois, não para atrapalhar nenhuma das atividades do Festival Folclórico de Parintins. Já passamos todas as orientações, estamos cientes e confiantes que isso chegue o quanto antes para deixá-los todos bem à vontade com o nosso festival”, finalizou.