Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A criança identificada como Éverton Gabriel, de dois anos que estava internada em estado grave no Hospital e Pronto-Socorro da Criança Zona Leste, morreu na tarde desta terça-feira, 10/10. O suspeito de agredir e torturar Éverton é o tio da vítima, um homem de 23 anos que foi preso após se entregar à polícia.
A criança havia sido encaminhada ao Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo no dia 5/10, onde foi diagnosticado uma isquemia antiga e um hematoma cerebral que resultou na realização de uma neurocirurgia.
O caso chegou ao conhecimento da equipe de investigação após uma denúncia feita pela equipe do hospital que após o diagnóstico foi observado que havia hematomas antigos e novos característicos de agressão física e tortura.
Um homem de 23 anos e sua companheira de 20 anos, são suspeitos de agredir e torturar a criança de 2 anos. O suspeito foi preso na tarde de segunda-feira, 9/10, após de apresentar na sede da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (Depca), da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).
A tia da vítima foi encaminhada até a sede da Depca para prestar esclarecimentos, onde relatou que a criança ficava sob a sua tutela e do indivíduo.
Ainda de acordo com a delegada, no dia 4/10, a criança fez suas necessidades fisiológicas no chão da residência do casal, o ato irritou o homem que começou a espancar o garoto. Além disso, a tia da vítima revelou que ambos já teriam batido na criança outras vezes.
O caso
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira, a titular da Depca, a delegada Joyce Coelho explicou como aconteceu o caso.
“Nós tivemos conhecimento no dia 5 de outubro, quando uma guarnição da Polícia Militar foi acionada pelo Hospital Platão Araújo para conduzir até a Depca uma mulher de vinte anos de idade que é tia materna da criança de dois anos. A criança deu entrada no hospital já precisando ir para a sala de reanimação, muito lesionada e machucada. Quando identificaram que a criança havia sido agredida, notificaram a Polícia Militar”, explicou a delegada.
Segundo o depoimento da tia da criança, a criança foi abandonada pela genitora e vivia na casa de parentes e que estava três meses com eles. As agressões eram recorrentes e aconteciam por parte dela e do companheiro, o motivo seria porque a criança fazia as necessidades em qualquer lugar. A mesma alega que o garoto foi espancado no banheiro, inclusive caindo e batendo com a cabeça no chão
Considerando a gravidade da situação, a Polícia Militar tentou localizar o suspeito no mesmo dia da ocorrência, mas o mesmo já tinha fugido. Foi representado um plantão criminal pedindo a prisão temporária de ambos, para esclarecer o papel de cada no cometimento do crime. No entanto, a justiça negou a prisão da tia da criança, e expediu o mandado de prisão apenas para o seu companheiro.
O homem se apresentou na delegacia na tarde de segunda-feira, acompanhado de seu advogado. Em sua versão, ele responsabilizou a tia da criança pela autoria das agressões, e disse que encontrou o garoto desmaiado quando chegou em casa.
Durante seu esclarecimento, ele explica que o motivo de ter fugido é porque já responde por associação ao tráfico de drogas e outros crimes.
*Colaboração Diana Rodrigues