Nicolly Teixeira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Pela primeira vez na história do Sistema de Seleção Unificada (SISU), um curso superou a concorrência tradicionalmente dominada por Medicina. A graduação em Inteligência Artificial (IA) da Universidade Federal de Goiás (UFG) registrou a maior nota de corte do país, refletindo o crescente interesse pela área e o impacto da tecnologia na sociedade.
O uso da IA ganhou força durante a pandemia de coronavírus, com a popularização de imagens e vídeos gerados por robôs virtuais e compartilhados nas redes sociais. Esse avanço despertou fascínio e curiosidade, impulsionando a busca por conhecimento na área.
O lançamento do ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, ampliou ainda mais o interesse pela inteligência artificial. A ferramenta revolucionou a forma como estudantes acessam informações, permitindo resumos instantâneos e respostas rápidas geradas pela tecnologia. Em pouco tempo, a IA passou a ser utilizada não apenas para otimizar o aprendizado, mas também para a disseminação de fake news e a automatização de trabalhos acadêmicos.
Com a ascensão da inteligência artificial, o interesse por especialização na área cresceu, levando muitos acadêmicos a estudar seus impactos na sociedade, no mercado de trabalho e nas inovações do futuro.
Para entender melhor essa mudança, o Portal RIOS DE NOTÍCIAS entrevistou a especialista em IA Laize Minelli, que analisou o significado dessa inversão na nota de corte.
Olhar para o futuro
Segundo Laize Minelli, essa mudança representa uma transformação na relação entre humanos e tecnologia, evidenciando como a IA se tornou parte essencial da rotina das pessoas.
“O fato de a inteligência artificial ter ultrapassado Medicina como o curso mais concorrido do SISU não significa que um seja mais importante que o outro, mas demonstra uma mudança de percepção muito interessante. Antes, a tecnologia era vista como um nicho, mas agora está presente em praticamente tudo o que fazemos, desde automações até soluções para o dia a dia”, explica.
Ela também ressalta que a IA está cada vez mais integrada à Medicina, auxiliando em diagnósticos mais eficazes e reforçando a transformação tecnológica no setor.
“A inteligência artificial já está inserida na área médica, ajudando em diagnósticos. Isso mostra que o olhar para o futuro e para a inovação está mais latente do que o apego ao tradicionalismo de cursos como Medicina e Direito”, analisa.
Uma geração que pensa em criar, não apenas consumir
Laize destaca que essa mudança de percepção reflete o pensamento das novas gerações, que não apenas consomem tecnologia, mas desejam desenvolvê-la. A crescente presença da IA em sites, portais de notícias e na mídia tem despertado um desejo maior de criar novas plataformas e soluções tecnológicas.
“Essa mudança vem da maior visibilidade da inteligência artificial na mídia. As novas gerações não estão pensando apenas em utilizar tecnologia, mas também em desenvolvê-la”, conclui Laize.
Embora o crescimento da IA seja inegável, os cursos acadêmicos tradicionais continuarão a coexistir com essa nova realidade. No entanto, é fundamental acompanhar os avanços tecnológicos para compreender como a relação entre seres humanos e tecnologia está evoluindo e moldando o futuro.