Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O debate realizado, nesta segunda-feira, 26/8, na TV Norte reuniu quase todos os candidatos à Prefeitura de Manaus, com exceção do atual prefeito David Almeida (Avante). A saúde foi o principal tema das discussões, e cada candidato apresentou suas soluções para os problemas que afetam essa área essencial.
Alberto Neto (PL) destacou que sua prioridade será promover um “choque de ordem” na saúde. Ele enfatizou que Manaus é uma das cidades onde mais mulheres morrem de câncer de colo de útero, criticando a atual situação do sistema de saúde. “Manaus está com a saúde abandonada, e não podemos permitir mais isso”, declarou. O candidato prometeu investir na melhoria dos serviços de saúde, com foco especial na prevenção e no tratamento de doenças, mencionando a possibilidade de aumentar o número de exames com a criação de um centro de imagem municipal.
Para acelerar o atendimento, Alberto Neto sugeriu parcerias público-privadas: “Vamos fazer parcerias públicas e privadas para acelerar o número de cirurgias, exames e consultas em Manaus.” Ele também criticou a falta de medicamentos básicos nas unidades de saúde, como dipirona, insulina para diabéticos e remédios para pressão, responsabilizando a atual gestão pela escassez.
Em contraponto, Gilberto Vasconcelos, candidato pelo PSTU, expressou seu descontentamento com a privatização dos serviços de saúde. Para ele, “as parcerias público-privadas têm levado a um déficit na saúde, encarecendo os serviços.” O candidato propôs a reestatização das empresas privatizadas e uma reorganização populacional para identificar melhor as necessidades de saúde. Vasconcelos acredita que a reestruturação do sistema público é fundamental para melhorar o atendimento à população.
Marcelo Ramos (PT) ressaltou que, se eleito, sua prioridade será resolver a profunda crise que atinge tanto a rede de atenção básica quanto o atendimento especializado em Manaus. “Nós vivemos uma crise profunda tanto na rede de atenção básica — que deixa quase 400 mil manauaras sem atendimento, que fecha as UBS às 17 horas, que deixa as UBS sem medicamentos e que retirou da política de estratégia de saúde da família a visita domiciliar dos médicos — além do mais, temos uma crise muito profunda no governo do estado”, afirmou Ramos.
O candidato também criticou o atual sistema de regulação (Sisreg), referindo-se a ele como “a fila da morte”, e se comprometeu a resolver a situação da rede de atenção básica, exigindo que o governo estadual cumpra suas responsabilidades.
Roberto Cidade (União Brasil) reforçou seu compromisso com a saúde, propondo a implementação de 12 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) funcionando 24 horas em Manaus. “Manaus precisa de um prefeito que implemente 12 UPAs funcionando 24 horas, com médicos, exames e medicamentos disponíveis em um único local”, afirmou.
As propostas de Amom Mandel (Cidadania) para a saúde focam na ética e na transparência na gestão pública. Ele garantiu que, se eleito, não nomeará pessoas investigadas para cargos na prefeitura e evitará contratos com desvios. “A minha proposta para a saúde da cidade de Manaus é não repetir as práticas do presidente da Assembleia, do prefeito de Manaus e de outros candidatos aqui presentes.”
Além disso, o candidato propôs a criação do primeiro hospital municipal de Manaus, inspirado no modelo que conheceu em Florianópolis (SC), buscando oferecer atendimento de qualidade e acessível à população manauara.
A educação também foi abordada, mas com pouca discussão detalhada de propostas. As principais críticas se concentraram na falta de vagas em creches e na qualidade da merenda escolar. Roberto Cidade prometeu criar mil novas vagas em creches e reformular o cardápio da merenda, que, segundo ele, atualmente se resume a bolacha, suco artificial e sopa. Alberto Neto se comprometeu a dobrar o número de creches em Manaus e garantir merenda de qualidade nas escolas já no primeiro ano de mandato.
Marcelo Ramos propôs investir na construção de mais Escolas de Tempo Integral, com apoio de investimentos do governo federal. Wilker Barreto sugeriu a criação de um fundo municipal para a educação infantil, destinado à reforma e construção de escolas.