Conceição Melquíades – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Na tarde desta terça-feira, 16/5, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Manaus (STTRM), Givancir Oliveira, usou uma rede social para confirmar a greve dos trabalhadores do transporte coletivo.
A greve foi aprovada em decisão judicial pelo desembargador David Mello Júnior, do Tribunal Regional da 11 Região (TRT11). A Justiça, no entanto, determina que seja mantido 70% da frota disponível em horários de pico (6h às 9h e das 17h às 20h) e 50% nos demais horários.
Conforme anunciado pela categoria, a greve está marcada para iniciar às 4h desta quarta-feira, 17, quando os trabalhadores do transporte coletivo vão interromper a circulação de 50% dos ônibus nas ruas da capital.
Anteriormente, Givancir Oliveira disse que a paralisação poderia ser cancelada caso o representante do Executivo e o sindicato patronal concordassem em sentar na mesa de negociações até a 0h desta terça-feira. Givanci também disse que o valor do dissídio proposto pela categoria, que é de 12%, também poderia ser redefinido.
Porém, por volta das 15h de hoje, ele escreveu na rede social:
“Seguiremos o que manda a decisão do Exmo. Dr. David Alves De Mello Júnior, desembargador. Até porque decisão judicial, não se discuti, se cumpri! Então, no horário de pico vamos paralisar 30% da frota, e nos demais horários, 50% como determinado do mandado de cumprimento, expedido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 11° Região”
Givancir Oliveira, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Manaus
A paralisação foi aprovada durante assembleia realizada na última sexta-feira, 12/5, quando o representante dos trabalhadores do transporte relatou que a greve é uma resposta à recusa do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), e do diretor-presidente do Instituto de Mobilidade Urbana (IMMU), Paulo Henrique Martins, em negociar o reajuste de 12% no salário da categoria.
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“Estamos tentando há três meses negociações com o Sinetram e a Prefeitura para discutir a data-base. O Sindicato fez de tudo para chamar a atenção do senhor Paulo Henrique e juntamente com os empresários, tentar reunir para discutir a situação do dissídio coletivo de 2023 e 2024 ”, disse Givanci Oliveira, informando que são dez mil trabalhadores que estão sem reposição salarial.
A assessoria do STTRM sinalizou, também, que o prefeito David Almeida se dispôs em reunir com a categoria, no entanto, até o momento não conversou com nenhum representante do sindicato.
Vale lembrar que a última paralisação total dos rodoviários ocorreu no dia 2 de fevereiro deste ano. Na ocasião, os trabalhadores exigiam o pagamento de salários atrasados.
Confira:


Nessa segunda-feira, 15, o diretor-presidente do Instituto de Mobilidade Urbana (IMMU), Paulo Henrique Martins, esteve na Câmara Municipal de Manaus (CMM), a convite da Comissão de Transporte da Casa, onde apresentou um relatório com os valores de custo do transporte público de Manaus.
Paulo Henrique destacou que a cidade de Manaus está há seis anos sem reajuste da tarifa de ônibus e que a administração municipal acompanha a solicitação de reajuste salarial dos rodoviários.

“Devemos chamar o sindicato patronal e dos trabalhadores para conversar, já sabendo dos impactos que irão acontecer. Não temos nenhum tipo de repasse para população desde 2017 dos custos do sistema. Neste período, por exemplo, já houve aumento de 92% do combustível e ainda outros custos que aumentaram, alguns destes custos são variáveis, aumentaram e diminuíram, e já houve repasse para o salário dos motoristas”, destacou.
Paulo Henrique explicou que o salário dos trabalhadores rodoviários corresponde a 45,33% do valor da tarifa e mais 36,25% são referentes a gastos com combustível, lubrificantes, pneus, peças e acessórios.
“Os rodoviários fizeram uma solicitação de 12,8%, o que representa R$ 63 milhões a mais em custo. O sindicato dos empresários está acenando com o repasse com base na inflação de 4,10%, que vai representar R$ 18 milhões. Qualquer que seja o aumento, nós vamos ter um impacto nos custos operacionais e no custo do subsídio pago pela prefeitura”, disse.
Segundo o diretor-presidente do IMMU, Manaus é a capital que menos aumentou a tarifa nos últimos dez anos, ou seja, a que menos repassou o custo crescente do sistema, ficando atrás apenas de Recife.
Assista o que diz Givancir :