Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O delegado Régis Celeghini, titular da 65ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), da Comarca Município de Carauari (a 787 quilômetros de Manaus) ainda permanece preso na unidade do Grupo Força Especial de Resgate e Assalto (Fera), da Polícia Civil do Amazonas. Na última quinta-feira, 8/2, a Justiça do Amazonas, negou o pedido de habeas corpus, feito pela defesa dele.
Nas redes sociais, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Amazonas (Adepol-AM), emitiu neste sábado, 10/2, nota de solidariedade ao delegado.
“Esta Entidade vem a público manifestar sua irrestrita solidariedade ao delegado de Polícia Régis Cornelius Celeghini Silveira, titular da 65ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), de Carauari, contra o qual foi emitido uma ordem de prisão, emitida pelo magistrado da comarca de Carauari/Am, a associação está vigilante na defesa das prerrogativas do cargo com vistas a que sejam preservadas e observadas as garantias constitucionalmente estabelecidas.” diz a Adepol em nota.
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Decisão Judicial
Segundo a decisão do desembargador José Hamilton Saraiva dos Santos, não foi visto uma manifestação concreta do próprio direito do indivíduo, porque em sua observação dos autos, não se teve nenhum problema na prisão (fumus boni iuris). E que a prisão não prevê perigo em sua integridade e na atuação e no funcionamento da delegacia do município (periculum in mora).
A defesa de Régis Celeghini, havia representado que a prisão do delegado “é totalmente arbitrária e ilegal, realizada de forma parcial, vez que a vítima, em tese, é a própria autoridade coatora”. O indeferimento no pedido de habeas corpus foi concedido ainda na última quinta-feira, 8/2.
Relembre o caso
O juiz Dr. Jânio Tutomu Takeda deu voz de prisão para o delegado, por ter praticado, conforme o magistrado, crimes de injúria, desacato, denunciação caluniosa, desobediência a decisão judicial e de responsabilidade contra o livre exercício do Poder Judiciário.
O fato se deu durante uma inspeção carcerária, na última quarta-feira, 7/2, exigida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), realizada por uma comissão de servidores do Fórum de Carauari, membros do Ministério Público, do Conselho Tutelar e da Ordem dos Advogados do Brasil.
Segundo os autos da decisão que indeferiu o pedido de habeas corpus, o delegado Regis abordou abruptamente o juiz Jânio Takeda, ameaçando-o e realizando acusações. Após ter dado voz de prisão, foi concedida, no dia seguinte, 8/2, a prisão preventiva ao delegado nas dependências da própria delegacia, a 787 quilômetros de Manaus.
Celeghini foi algemado e encaminhado ao aeroporto, onde embarcou com destino à capital amazonense. Ele deve ficar detido na unidade do Grupo Fera, da Polícia Civil do Amazonas.