Nayandra Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A professora e empresária Maria do Carmo Seffair (Novo), ex-candidata a vice-prefeita de Manaus, usou suas redes sociais na noite desta quinta-feira, 19/12, para criticar as declarações do governador Wilson Lima (União), feitas em entrevista à Revista Cenarium, na última quarta-feira, 18. As falas do governador, em que ele abordou a gestão da saúde no Amazonas, foram recebidas com indignação por Maria do Carmo, que questionou a real situação dos hospitais públicos da capital e a efetividade das medidas anunciadas pelo estado.
Durante a entrevista, Wilson Lima afirmou que o governo está trabalhando para regularizar as dívidas com as empresas de saúde que atuam nos hospitais 28 de Agosto e Dona Lindu. Ele também comentou sobre a mudança na gestão desses hospitais, que passou a ser feita pela Organização Social de Saúde (OSS) AGIR, e destacou que o estado estaria empenhado em resolver as pendências financeiras.
“Com relação ao que o Estado deve a essas empresas, nós estamos em uma negociação. Inclusive, autorizei o pagamento de 58 milhões de reais à parte dessas empresas que prestam serviços médicos para as unidades do Estado do Amazonas. Nós vamos pagar o que deve, nós vamos continuar com essas tratativas de entendimento com essas empresas, para que a gente possa pagar todo esse passivo”, disse o governador.
De acordo com a professora Maria do Carmo, a situação da saúde em Manaus é muito mais grave do que o governador descreveu. Ela afirmou que a fala de Wilson Lima parecia se referir a uma outra realidade, “porque a saúde aqui, ela é precária há muito tempo, é verdade! Mas ela tem se agravado sim nos últimos anos. E principalmente, governador, no seu período”, disse. Para a empresária, as palavras de Lima não condizem com a experiência de quem vive e enfrenta a saúde pública de Manaus diariamente.
A empresária questionou também o tempo em que o Governo do Amazonas teve para melhorar a saúde pública. “Quatro anos é tempo pra caramba, seis anos já dá para gente fazer e mostrar que a que veio. Aliás, o administrador bom, ele mostra a que veio com menos de dois meses, ele já resolve, ele já dá a solução”, afirmou a empresária, destacando que um bom administrador não precisa de tantos anos para fazer a diferença.
Transição na gestão dos hospitais
Outro ponto de crítica de Maria do Carmo foi a mudança de gestão nos hospitais 28 de Agosto e Dona Lindu, que passaram a ser administrados pela OSS AGIR. A empresária questionou a forma como essa transição foi realizada, afirmando que foi feita de maneira inadequada e sem clareza para a população.
“A gente já vê, pela forma como foi feita essa transição, que não é uma OSS séria. Ninguém faz uma transição desse jeito. Não existe isso em qualquer empresa do mundo”, frisou.
Crítica ao comparativo com o Sírio-Libanês
Por fim, Maria do Carmo fez uma crítica direta a uma comparação feita pelo governador Wilson Lima durante a entrevista, em que ele afirmou que a entrada no Hospital Delphina Aziz, em Manaus, era semelhante à experiência de se internar no prestigiado Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo.
“É que o governador disse que quando você entra no Delphina é como se estivesse entrando no Sírio. Ah, governador! Não mesmo. Tenho certeza disso. E, aliás, tenho tanta certeza que eu não vejo nenhum político aqui se internar no Delphina. Todos pegam um jatinho do governo, por sinal, e vão para o Sírio-Libanês. E quem paga a conta somos nós”, disse a professora.
Para ela, essa comparação foi uma tentativa de minimizar a realidade da saúde pública em Manaus e enganar a população sobre a qualidade do atendimento nas unidades públicas de saúde.