Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Faz 16 dias que a professora aposentada Gleice Oliveira, de 63 anos, vive momentos de tensão, temor e aflição em perceber que sua casa corre grande risco de desabar a qualquer momento. O motivo é uma infiltração subterrânea de grandes proporções em uma área próxima de sua residência, localizada no conjunto 31 de Março, no bairro Japiim, Zona Sul de Manaus.
A moradora detectou o problema no dia 28 de junho e imediatamente notificou a concessionária Águas de Manaus, responsável pela distribuição de água e serviço de esgotamento da capital amazonense. No entanto, mesmo informando a gravidade do problema, nenhuma ação efetiva da empresa para solucionar o problema foi tomada.
Com o vazamento subterrâneo, parte da fundação da casa foi destruída. Por consequência, conforme Gleice, o muro em frente à casa acabou cedendo e quebrou a coluna de ferro do portão. Desde então, rachaduras têm aparecido nas paredes da residência, sinais que indicam a possibilidade do imóvel desabar.
“As consequências têm se aprofundado, porque novas rachaduras estão aparecendo, e as que já existiam estão aumentando. Além disso, tem o afundamento no pátio da frente da minha casa e na garagem”, contou a aposentada Gleice Oliveira.
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É nesta região de afundamento que Gleice teme que há um canal onde a base de sustentação da casa esteja sendo drenada pela infiltração. Com o vazamento, também se perde água tratada.
“Me preocupa muitíssimo o problema do vazamento e os danos à minha casa, mas também me preocupa os danos de água tratada. Sabemos que bairros da periferia de Manaus não tem água tratada”
Gleice Oliveira, aposentada
Sem resolução
Ao todo, Gleice possui sete protocolos das solicitações realizadas em todos os canais de comunicação disponíveis da concessionária Águas de Manaus. Por ter realizado uma cirurgia recentemente, ela não consegue se dirigir de forma presencial até à sede da concessionária para efetivar notificações. “Já fiz comunicação com a ouvidoria [da Águas de Manaus] e com a Secretaria Municipal de Infraestrutura de Manaus”, relatou.
Durante os 16 dias, a concessionária enviou quatro duplas de funcionários. Conforme Gleice, eles faziam a vistoria sem equipamento de proteção individual. Todos detectaram a urgência na infiltração subterrânea, mas nada foi feito para solucionar o problema.
“Eles afirmam que não têm condições de realizar o serviço, porque precisa de uma draga. As quatro duplas que vieram até agora fazem o mesmo relato: ‘a gente não sabia porque veio”. Ou seja, eles não são informados do problema, não há uma comunicação entre as equipes, embora a empresa tenha recebido relatos meus, fotos e vídeos da enxurrada de água que passa de forma subterrânea perto da minha casa”, reclama Gleice
Até o momento, a professora aposentada afirmou que a empresa Águas de Manaus não enviou nenhum técnico para realizar um diagnóstico preciso sobre a origem do vazamento e como solucionar.
“Estou implorando ajuda e socorro, até agora não tive uma visita resolutiva da Águas de Manaus. O que eles estão esperando? Que a casa caia na minha cabeça? Que aconteça uma tragédia para tomar uma providência? Porque falta de solicitação não é”, frisou a aposentada
Nota da Águas de Manaus
A Águas de Manaus, por meio de nota, informa que irá enviar uma equipe nesta sexta-feira, 14/7, ao endereço informado, no bairro Japiim, para verificar a situação e corrigir o vazamento citado.
Confira a denúncia