Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Moradores do bairro São Francisco, da rua Clarindo de Queiroz, situada na Zona Sul de Manaus, sofrem há cerca de dez dias com a falta d’água, que deveria ser fornecida pela empresa Águas de Manaus. Sem o precioso líquido, as pessoas como alternativa estão recorrendo aos vizinhos de ruas próximas e também em direção a um poço artesiano, onde conseguem um pouco de água para os afazeres do dia a dia .
Ao portal Rios de Notícias, a industriária Rosangela Teles, de 47 anos, destacou que desde a manhã do dia 26 de junho, sem qualquer anúncio prévio por parte da concessionária Águas de Manaus, o fornecimento de água foi interrompido.
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Devido a tal situação, tornou comum ver moradores andando na rua com carrinhos cheios de garrafas plásticas ou garrafões, bacias, baldes e o que tiver de vasilhames para pegar água no poço artesiano, na tentativa de suprir suas casas, afetadas pela interrupção do serviço de abastecimento.
“Foi uma surpresa para a gente. Quando acordamos, a torneira não jorrava mais água. Então estamos sendo lesados, estamos tendo prejuízos e até agora nada de resultado. Então, segue a nossa rotina, acordamos muito cedo, ainda pela madrugada para carregar água, sendo que a gente deveria ter água na torneira, e é isso que pedimos”, reclamou a industriária, Rosangela Teles.
Segundo a contadora Jucineide Almeida, de 51 anos, muitos moradores já são idosos e, sem a água nas residências, precisam carregar recipientes pesados, com o líquido retirado do poço para levar para suas casas e, com isso poder realizar o básico do serviço doméstico, bem como a própria higiene.
“A gente tem uma vizinha com uma irmã de 80 anos de idade, outra senhora que tem problema no joelho, e que devido a necessidade, estão carregado os recipientes com água. Ela não tem quem faça o serviço, e ainda o filho dela está doente, e ela precisa fazer a tarefa com sacrifício”, relatou Jucineide Almeida.
A aposentada Maria das Graças, de 70 anos, também reclamou que precisa, diariamente, carregar água do poço até sua casa desde que o serviço foi interrompido sem nenhum motivo aparente. Além da dificuldade diária para realizar atividades básicas, ela também viu seu negócio perecer, pois possui um pequeno lanche e, sem água para preparar os lanches está vendo sua pequena fonte de renda declinar, em razão da falta de água.
“Nunca mais eu vendi nada. Estou há 10 dias sem conseguir alguma renda, porque não tem como fazer nada. Então, eu estou parada e sem ganhar meu dinheiro. Eles [a concessionária] vão me repassar esse dinheiro que estou deixando de ganhar e é meu sustento para complementar a aposentadoria?”, questiona a aponsentada.
Além do poço artesiano, os moradores recorrem ao único vizinho que tem água, o aposentado José Raimundo, de 59 anos. Por saber que somente sua residência tem água, Raimundo tem buscado ajudar a todos que pedem água, sem saber a diferença que virá em sua próxima conta, por conta do excedente de água que tem gasto nesse período.
“A gente tem ajudado eles, porque somos os únicos que temos água na torneira aqui na área. Então, ajudamos da maneira que podemos. Eles enchem os baldes e vão levando”, disse José Raimundo.
Sem solução
Conforme a contadora Jucineide Almeida, de 51 anos, constantemente, os moradores têm entrado em contato com a concessionária Águas de Manaus, para entender o motivo da falta d’água.
No entanto, ela e os outros vizinhos receberam respostas divergentes da empresa a respeito do motivo da interrupção da água na região, mas sem nenhuma resolução.
“Não dão nenhuma posição para a gente. Todo dia que a gente liga é uma desculpa e uma informação diferente. A gente precisa de água para cuidarmos das nossas crianças e idosos”, suplica Jucineide Almeida,
Para Rosangela, a ausência de um retorno claro da concessionária e a falta de uma solução deixam todas as famílias com o sentimento de “indignação”.
“Nós temos crianças, idosos e pessoas doentes. Idosos estão precisando carregar água do poço. Nós pagamos mensalmente a nossa fatura. Então, não estamos pedindo favor, estamos exigindo os nossos direitos como povo que trabalha e busca pagar suas contas”, disse Rosângela.
De acordo com Rosangela, as equipes da Águas de Manaus já visitaram algumas vezes a rua. Durante as visitas, foram realizadas vistorias e marcações no asfalto da rua para indicar um possível vazamento da encanação. Porém, para a moradora, as ações da concessionária “não têm resolvido nada”.
“Ontem eu entrei em contato com uma atendente e ela disse que não tinha registro no sistema. Eu registrei novamente. Ela ficou de averiguar a situação e estamos até agora aguardando”, Rosangela Teles.
Águas de Manaus
Ao portal Rios de Notícias, a concessionária Águas de Manaus informou que equipes técnicas já atuam na área para localizar os possíveis vazamentos “invisíveis a olho nu”, para seguir com as ações necessárias.
A Águas de Manaus informa que está ciente sobre oscilações no abastecimento de água na rua Clarindo de Queiroz, no bairro São Francisco. Equipes técnicas atuam na área para identificar possíveis vazamentos invisíveis a olho nu e pontuar as ações necessárias para solução rápida. A concessionária segue à disposição da população nos canais oficiais 0800 092 0195 (SAC e WhatsApp), site www.aguasdemanaus.com.br e aplicativo Águas App.