Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Entre as tantas histórias de amor marcadas pela distância, há aquelas que desafiam barreiras e adversidades para manter a chama acesa. Neste Dia dos Namorados, comemorado anualmente no dia 12 de junho, o Portal RIOS DE NOTÍCIAS conversou com um casal que mantém o amor vivo, mesmo apesar da distância.
A Assistente Administrativo Karine Pereira de Moraes, de 23 anos, que mora em Manaus, e o estudante Marcelo Benevides dos Santos Junior, de 24 anos, que está em São Paulo, compartilharam um pouco sobre a sua história de amor.
O casal se conheceu ainda na universidade, onde faziam o mesmo curso. Porém, Marcelo já era veterano e os dois nunca haviam se encontrado.
“Nunca nem mesmo havíamos estado no mesmo ambiente. Até que em fevereiro de 2020, no encerramento da acolhida dos calouros, trocamos apenas olhares, nada mais que isso. Eu me interessei por ele de imediato, mas não tive coragem de falar com ele e busquei por pessoas próximas para fazer contato com ele outro dia. Isso aconteceu numa sexta-feira à noite e então, nesse mesmo dia, a UFAM comunicou a paralisação das aulas por conta da Covid-19,” detalhou Karine.
Com a pandemia, o casal teve que se contentar com as redes sociais para trocar mensagens, e foi dessa forma que se aproximaram.
“Conversamos por alguns meses, já passava da metade do ano. Tínhamos interesses parecidos e marcamos de nos encontrar. Ficamos cerca de três meses juntos, mas por conta de alguns fatos nos distanciamos. Passou um mês (foi difícil porque eu gostava muito dele) e ele retomou contato comigo. Voltamos a nos encontrar, nos acertamos e, em 17 de abril de 2021, ele me pediu em namoro”, relembrou a assistente administrativa.
Estabilidade
A partir do inicio da relação, o casal pensou em encontrar a melhor forma de renda para que se estabilizassem financeiramente mais cedo.
“Em algumas conversas falávamos da nossa vontade de fazer outro curso, foi então que o Marcelo descobriu o Escola Especialista da Aeronáutica (EEAR). Era um caminho certo para que ao menos um de nós estivesse estabilizado enquanto o outro, no caso eu, pudesse se sentir mais “tranquilo” pra decidir qual caminho seguir (eu o amo muito por isso)”, contou Pereira.
Contudo, o problema era que o curso ficava em Guaratingueta, interior de São Paulo, com duração de 2 anos, o que significava que os dois teriam que se distanciar mais uma vez.
“Conversamos muito sobre isso, muito mesmo, até porque ainda estávamos no nosso primeiro ano de namoro e seria um passo grande. Mas foi decidido! Era o melhor caminho. Ele começou os estudos enquanto ainda terminávamos a faculdade, então ele se focava em estudar para a prova escrita e também se preparava para a prova prática, enquanto eu ia adiantando os trabalhos dele e os meus da faculdade.”
Karine Pereira, assistente administrativo
Preparação e viagem
Durante oito meses, Marcelo ia estudando enquanto Karine fazia o possível pra apoiá-lo e ajudá-lo
“E como eu não faria isso? O homem que eu amo fazendo isso para que eu pudesse me desenvolver pessoal e profissionalmente com calma. O tempo todo ele reforçava que fazia aquilo por nós e para nós. E então ele passou e ingressaria na escola em 8 de janeiro de 2023”, declarou.
Com a data definida, começaram os preparativos para a ida de Marcelo e Karine resolveu acompanhá-lo.
“Eu nunca havia viajado para fora do Amazonas e ele fez questão de que eu fosse, de que fossemos uma semana antes para conhecermos a cidade, e como era bom ver ele tão feliz por algo ‘tão simples’. E assim tivemos nossa primeira viagem de casal, pelo menos isso ‘amenizou’ a dor do verdadeiro significado daquela viagem” ressaltou Karine.
Durante todo esse período, foram diversas conversas envolvendo todos os cenários possíveis, mas sempre confiantes de que daria tudo certo.
“A virada de 2022 para 2023 foi repleta de muito choro, mas o tempo todo pensávamos que valeria a pena. Viajamos, a viagem foi maravilhosa, até o dia 8 de janeiro que foi quando nos despedimos.”
A distancia
Karine revela que não foi fácil retornar para casa e para Manaus sem o amado.
“A volta para casa foi horrível! Eu chorei durante às 2h de viagem de ônibus. Chorava pela saudade e porque sabia que não seria fácil pra ele no quartel”, relembrou a namorada.
A assistente administrativa ainda destacou as qualidades do namorado. “A gente sabe que é difícil encontrar um homem que planeja crescer junto, né? E eu escutava sempre dele planos sobre casamento e construir família sem eu cobrar, sabe? Era natural pra ele.”
Faltam exatamente 171 dias para que o grande amor de Karine se forme. A previsão é para o dia 29 de novembro desse ano. No entanto, isso não garante a sua volta a Manaus.
“Não é certo que ele volte para Manaus, tudo dependerá da quantidade de vagas que for disponibilizado para cá. Mas a certeza que temos é que, para onde ele for, seja voltar para Manaus ou seguir para outra cidade, em outro estado, nos alinharemos”, disse.