Elen Viana – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente, foi afastado do cargo após a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Expurgare nessa segunda-feira, 9/12. A operação foi realizada nos estados do Amazonas, Pernambuco e Rondônia.
Juliano é investigado por ser suspeito de envolvimento em um esquema criminoso que envolve grilagem de terras, exploração ilegal de madeira e fraudes na geração de créditos de carbono na Amazônia, resultando na apreensão de R$ 1 bilhão em capital. Além de emissão de licenças ambientais fraudulentas, suspensão de multas e autorizações irregulares para desmatamento.
Em nota, o Governo do Estado do Amazonas afirmou que está à disposição para prestar as informações necessárias e auxiliar as autoridades no esclarecimento dos fatos.
“O Governo do Estado não compactua com quaisquer práticas ilícitas de seus servidores e, dessa forma, os envolvidos na operação serão afastados e exonerados de seus cargos”, diz nota.
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De acordo com a PF, a organização criminosa contava com a participação de servidores em cargos estratégicos e de direção no Ipaam. A Polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão relacionado à superintendente de Agricultura e Pecuária no Amazonas, Dionísia Soares Campos, filha do Deputado Estadual Sinésio Campos (PT).
Ao todo, a Justiça Federal determinou o afastamento de cinco servidores do órgão. Os envolvidos já haviam sido indiciados em 2019 durante a Operação Arquimedes, que investigou crimes semelhantes.
A atual operação é a terceira fase e continuidade da Operação Greenwashing, que já havia revelado um esquema de fraudes fundiárias que se estendeu por mais de uma década.
O esquema foi iniciado no município de Lábrea, a 852 quilômetros de Manaus, e envolveu a duplicação e falsificação de títulos de propriedade. Essas fraudes resultaram na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas.
O Portal RIOS DE NOTÍCIAS entrou em contato com o Ipaam para pedir mais esclarecimentos sobre a exoneração do diretor-presidente. No entanto, a reportagem não recebeu resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.