Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Três pessoas foram presas na Operação “Jogo Marcado”, que investiga um grupo familiar suspeito de falsificar processos licitatórios para beneficiar seis empresas que operavam em conluio com servidores da Unidade de Pronto Atendimento José Rodrigues, localizada no bairro Novo Aleixo, zona Norte de Manaus.
Entre os detidos estão a diretora-geral e a diretora financeira da UPA José Rodrigues, além de um empresário envolvido no esquema criminoso. Foram cumpridos um total de 22 mandados, sendo 20 em Manaus e dois em Curitiba, além de 12 alvos e três prisões temporárias até o momento.
Leia também: ‘Linha do terror’: passageiros do ônibus 652 são esfaqueados durante assalto em Manaus
Segundo o promotor de justiça do Ministério Público do Amazonas (MPAM), Edinaldo Aquino Medeiros, a investigação foca em seis empresas ligadas as fraudes. Todos os proprietários são membros de uma mesma família. Entre 2023 e 2024, foram realizados mais de 40 contratos no valor aproximado de R$ 2 milhões.
“As investigações indicam uma conexão entre o empresário e os servidores públicos alvos da nossa operação”
Edinaldo Medeiros, promotor de Justiça
Questionado sobre os ramos das empresas investigadas, o promotor respondeu que “incluem serviços de assessoria jurídica, assessoria em geral, pintura, manutenção de autoclave, limpeza, pavimentação e assessoria contábil“. “Os serviços variam amplamente e são todos providos pelo mesmo grupo, sem nenhuma especialização específica”, acrescentou.
Além disso, os contratos eram feitos diretamente com a UPA, facilitando o esquema do grupo. “Embora a contratação direta seja legal, aparentemente houve simulação de concorrência de preço e não cumprimento da regra do valor mínimo para a contratação”, explicou Medeiros.
O promotor não descartou a possibilidade de as empresas também prestarem serviços para outras unidades de saúde da capital. Ele informou que os materiais apreendidos, como celulares, tablets, computadores e documentos relacionados às licitações, serão periciados pelas autoridades policiais.
De acordo com ele, os investigados poderão ser responsabilizados por crimes de fraude à licitação, corrupção ativa e corrupção passiva ao final do processo, envolvendo solicitação ou oferta de vantagens indevidas.
O Portal RIOS DE NOTÍCIAS contatou a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) para obter informações a cerca da posição do órgão em relação aos servidores da UPA envolvidos no esquema criminoso, que afirmou está colaborando com as investigações e apoia as ações dos órgãos de controle e fiscalização.
“A SES-AM tem total interesse no esclarecimento dos fatos e não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e ilícitos cometidos por servidores públicos.
Além disso, a Secretaria mantém contato com órgãos de controle e com as Polícias para combater esse tipo de prática delituosa. Ressalta, por fim, sobre a ação em questão, que o Ministério Público já informou que os contratos sob suspeita foram firmados diretamente pela unidade e não pela SES-AM.”
Nota da SES-AM