Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – No aniversário de 32 anos, celebrado em 3 de fevereiro, Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do boi Garantido, compartilhou um vídeo nas redes sociais, registrando o momento de comemoração com amigos e familiares.
Porém, o que chamou atenção foi o estado em que Djidja se encontrava, com sinais de debilidade, magra com um aspecto sonolento e olhar pesado.
“Em breve, quando me sentir confortável, eu conto o meu testemunho de como me recuperei e quis viver novamente”, revelou Djidja em sua publicação, indicando uma jornada de superação em meio às adversidades que enfrentou, incluindo a depressão e problemas de saúde.
Em outro post, três dias após seu aniversário, Djidja abriu o coração e compartilhou a batalha silenciosa que travou contra a depressão nos últimos oito meses.
Além disso, ela relatou a significativa perda de peso durante esse período, evidenciando os desafios enfrentados em sua jornada de recuperação.
“Só tenho que agradecer vocês pelas mensagens positivas, tá me ajudando muito a melhorar. Pra quem não sabe ia fazer 8 meses que eu estava com depressão, por diversos fatos. Adoeci e emagreci mais de 15kg, mas já voltei, estou muito bem. Obrigada de todo o coração a todos que estão me ajudando com cada mensagem linda”, compartilhou.
Entenda
A notícia da morte de Djidja Cardoso, ocorrida na última terça-feira, 28/5, abalou o estado do Amazonas. A causa suspeita é uma overdose de ketamina, um anestésico veterinário. Mais chocante ainda é a revelação de que Djidja e sua família estavam envolvidas em um esquema de dependência química liderado pela própria mãe.
Além de sua fama como ex-sinhazinha, Djidja também era dona de uma rede de salões de beleza em Manaus, a Belle Femme. Seu prestígio era inegável, especialmente após brilhar nos Festivais de Parintins, entre 2016 e 2020, como uma das personagens mais amadas do festival folclórico.
Entretanto, nos últimos tempos, Djidja começou a mostrar sinais de debilidade física e mental. Postou um vídeo nas redes sociais mostrando seu treino na academia, mas estava visivelmente abatida. Parentes relatam que os problemas começaram em sua própria casa, onde morava com a mãe e o irmão.
A investigação revelou que há pouco mais de um ano a família teve contato com a ketamina, um anestésico altamente viciante, utilizado em cirurgias veterinárias. Djidja, seu irmão, Ademar Cardoso, e a mãe, Cleusimar, tornaram-se dependentes da droga, mergulhando em um ciclo de autodestruição.
A situação de Djidja deteriorou rapidamente. Ela perdeu sua independência, não conseguia mais se levantar e até precisava usar fraldas. Vídeos da família consumindo ketamina dentro de casa começaram a circular, alguns deles gravados pela própria mãe de Djidja.
A polícia iniciou uma investigação por tráfico de ketamina há pouco mais de um mês. Descobriu-se que Djidja, seu irmão e sua mãe estavam envolvidos em uma seita chamada “Pai Mãe Vida”, que pregava o uso da droga como um caminho para uma suposta plenitude espiritual.
A gerente de um dos salões de beleza de Djidja, Verônica da Costa, também estava envolvida no esquema, comprando a droga ilegalmente. A família participava de rituais e acreditava que Ademar era a representação de Jesus Cristo, enquanto Cleusimar era Maria de Nazaré e Djidja, Maria Madalena.
O uso indevido de ketamina levou a consequências devastadoras. Djidja acabou morrendo, deixando a família e amigos em choque. Um dia após o enterro, foi deflagrada a Operação Madrágora que prendeu Ademar, Cleusimar, Verônica e outros dois funcionários do salão de beleza.
Seringas e frascos de ketamina foram apreendidos tanto na clínica veterinária Maxvet quanto na residência da família Cardoso.