Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O senador pelo Amazonas, Eduardo Braga (MDB), foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeitas de ter cobrado propina para favorecer interesses do grupo farmacêutico Hipermarcas no Senado Federal.
A conclusão do relatório da PF foi revelada nesta sexta-feira, 20/9, pelo portal UOL. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) também foram indiciados no inquérito policial. O caso está sob segredo de Justiça.
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A Polícia Federal apurou que as investigações começaram como um desdobramento da operação Lava Jato, em 2018, mas o relatório final do inquérito só foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto.
O relator, ministro Edson Fachin, enviou as conclusões da investigação à Procuradoria Geral da República (PGR), que vai analisar o material e pode apresentar denúncia ao STF ou defender o arquivamento da investigação.
Foro privilegiado
Caso a PGR denúncie e o STF receba essas denúncias, os políticos passam de indiciados a denunciados e, depois, a réus nesse inquérito. Renan Calheiros e Eduardo Braga têm foro privilegiado porque continuam com mandato no Senado. Por isso, o indiciamento e a eventual denúncia seguirão tramitando no STF.
O Portal RIOS DE NOTÍCIAS solicitou um posicionamento oficial do senador Eduardo Braga sobre o indiciamento. Em resposta enviada pela assessoria, a defesa do senador alegou que as acusações tratam-se de “ilações esdrúxulas” sem amparo em elementos do inquérito.
“Há evidências claríssimas de que o parlamentar não manteve contato com o delator, que, além de mudar sua versão 4 anos depois, baseia suas declarações em mero ‘ouvir dizer’. Não tenho dúvidas de que inquérito será arquivado. Triste, porém, é ver mais um episódio de vazamento ilegal”, declarou o advogado Fabiano Silveira
Renan Calheiros e a empresa Hypermarcas ainda não se posicionaram oficialmente sobre o assunto. Como não tem mais mandato, a parte da investigação sobre Romero Jucá deve ser enviada à Justiça Federal no Distrito Federal (primeira instância).
Em nota divulgada pela defesa, Jucá disse que “repudia e repele o indiciamento”, e diz que a PF se baseou apenas na delação premiada de um executivo do grupo Hypermarcas.