Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Em meio à realidade financeira do país, muitos brasileiros enfrentam a falta de consciência sobre seus gastos mensais, resultando em dificuldades para poupar e guardar dinheiro. Diante desse cenário, a educação financeira surge como uma ferramenta fundamental para combater esse problema generalizado.
A compreensão do comportamento financeiro individual, assim como a familiaridade com questões como dívidas e poupança, se tornam essenciais. Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) revelam uma realidade preocupante, 78,3% das famílias brasileiras enfrentaram algum tipo de dívida até abril deste ano.
O destaque foi para o aumento na parcela de inadimplentes, representando 29,1% das famílias, um índice que, embora tenha diminuído em relação a março, ainda revela uma situação delicada, especialmente entre a classe média. Aqueles incapazes de quitar suas dívidas atingiram 11,6%, indicando uma tendência de crescimento em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em entrevista ao Jornal da Rios, da Rádio RIOS FM 95,7, nesta quinta-feira, 16/11, o economista e consultor financeiro, Alon Hans, explicou sobre educação financeira, a sua importância e compartilhou algumas dicas para melhorar a relação com o dinheiro e sair das dívidas.
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O especialista ainda abordou a importância da conscientização financeira como meio de permitir escolhas mais assertivas no controle do dinheiro e no alcance de metas de curto e longo prazo. Enquanto os desafios persistem, a busca por uma gestão financeira mais consciente surge como uma necessidade para muitos brasileiros.
Impactos comportamentais
Segundo o especialista, o comportamento desencadeado por dificuldades financeiras se estende por diversas esferas. Problemas financeiros podem resultar em tensões conjugais e afetar significativamente as relações parentais. O economista enfatiza que este é um fenômeno que vai além do aspecto econômico, podendo desencadear problemas familiares.
“O comportamento tange em vários viés. Há dois pontos importantes: na família por exemplo, quem tem problema financeiro em casa, afeta diretamente o casamento, a relação com os filhos. Outro ponto é pra quem trabalha, isso reflete na sua produtividade, se você passa a não ser produtivo, acaba adquirindo doenças que refletem no comportamento“, disse Alon.
Diante desse cenário, o economista aponta que existe uma forma de solucionar esses problemas, mas ressalta que tal solução requer uma mudança na personalidade e nos hábitos cotidianos, especialmente no comportamento relacionado ao consumo.
“Tem uma forma de resolver isso, mas mexe muito com sua personalidade, principalmente com o comportamento. A mudança de comportamento é o primeiro passo para fazer sobrar um dinheiro e montar uma reserva financeira”, explicou Hans.
Essa transformação, embora possa demandar esforço, é vista como fundamental para garantir estabilidade econômica e bem-estar a longo prazo.
Priorizando necessidades e estabilidade financeira
Ao abordar a questão do consumismo desenfreado, Alon Hans, destaca a importância de repensar o conceito de necessidade. Hans afirma: “O principal ponto é priorizar o que realmente temos que adquirir.” Essa abordagem, segundo ele, é essencial para começar a lidar com o consumismo desnecessário que impacta diretamente a estabilidade econômica.
Quando se trata da relação entre educação financeira e estabilidade econômica familiar, Hans argumenta que as dívidas fazem parte da vida, mas a diferença crucial está em quem as controla. “Nós temos que controlar as dívidas e não as dívidas nos controlar”, enfatiza o consultor financeiro.
Observando o cenário educacional, Hans destaca o avanço na conscientização sobre finanças pessoais. “Nas escolas já se fala em educação financeira, já se tornou uma matéria fundamental. Hoje se fala muito sobre finanças pessoais e investimento, é uma mudança de mentalidade da população em geral. São passos que são dados aos poucos”, ressalta o economista.
Quanto às estratégias para promover a educação financeira, Hans destaca a disseminação de informações na internet.
“Na internet a educação financeira já está difundida, há muitos professores e escritores que falam sobre isso e eu sempre pauto que é bom falar de números, pois causa um impacto a mais.” , disse Hans.
Essa acessibilidade digital, segundo ele, contribui para a mudança de mentalidade em relação às finanças pessoais, proporcionando diversas estratégias e insights para um planejamento financeiro mais consciente.