Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A secretária de Estado do Maine (EUA), Shenna Bellows, decidiu retirar Donald Trump da cédula das primárias presidenciais republicanas de 2024. A justificativa é a aplicação da Seção 3 da 14ª Emenda da Constituição americana, que proíbe indivíduos envolvidos em insurreição (motim) de ocuparem cargos públicos.
A decisão, anunciada na quinta-feira, 28/12, destaca o papel de Trump na invasão ao Capitólio dos EUA, em 6 de janeiro de 2021. O estado do Maine segue a tendência de outros, como o Colorado, na utilização da cláusula constitucional para impedir a participação do ex-presidente.
“Ele não está qualificado para ser presidente, de acordo com a 14ª Emenda da Constituição, que exclui da responsabilidade pública aqueles que se envolveram em atos de ‘insurreição'”, afirma trecho em documento oficial.
A campanha de Trump, por meio do porta-voz Steven Cheung, expressou intenção de contestar a decisão judicialmente, alegando interferência partidária. A batalha legal se torna central para o futuro político de Trump, já sob investigação devido a múltiplos processos relacionados às eleições de 2020.
“Estamos testemunhando ao vivo uma tentativa de roubo de uma eleição e a privação de direitos do eleitor americano”, denunciou Trump por meio de sua equipe de campanha.
Entenda
No dia 6 de janeiro de 2021, centenas de apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, alegando fraude nas eleições de 2020. Durante a sessão do Congresso sobre a vitória de Joe Biden, o prédio foi invadido, causando mortes, feridos e a interrupção da sessão.
Logo após a invasão, Trump foi acusado de incitar a insurreição. A sessão do Congresso foi retomada, confirmando a vitória de Biden. Em vídeo, Trump defendeu fraude, mas pediu a retirada dos invasores.
Entre janeiro a fevereiro de 2021, Trump enfrentou um processo de impeachment. Com dificuldades para formar equipe jurídica (ele chegou a ser recusado por cinco advogados), foi absolvido em 13 de fevereiro. Se tivesse sido condenado, teria se tornado inelegível para as eleições de 2021.
Em maio de 2021, uma comissão especial de investigação foi formada para apurar o papel da Casa Branca nas eleições e na invasão, que também concluiu que o ataque foi organizada por Trump para impedir transferência pacífica de poder, colocando em risco a democracia.
Atualmente, mais de 700 invasores foram presos nos EUA, com investigações em curso. Enquanto isso, a comissão continua analisando possíveis conexões entre a Casa Branca e a invasão.