Redação Rios
MANAUS (AM) – Em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas de 8 de janeiro, o ex-ministro Anderson Torres negou, nesta terça-feira, 8/8, qualquer envolvimento com a minuta encontrada em sua casa, classificando-a como “fantasiosa”. O documento propunha conceder ao ex-presidente Jair Bolsonaro o poder de instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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Torres afirmou que não sabe quem redigiu o texto, pois recebia documentos de diversas fontes. Além disso, o ex-ministro apontou uma “falha grave” na execução do protocolo de ações definido pela Secretaria da Segurança Pública, do qual ele era o secretário, dois dias antes dos ataques ocorridos em 6 de janeiro. Ele alegou que o plano, enviado a todos os envolvidos, não foi seguido à risca, o que teria permitido que os manifestantes chegassem à Praça dos Três Poderes.
O ex-ministro também é investigado no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar possíveis autoridades omissas nos ataques em Brasília. Devido a sua ausência no país no dia dos ataques, ele foi exonerado pelo governador Ibaneis Rocha e posteriormente preso quando retornou ao Brasil. Atualmente, ele compareceu à CPI utilizando tornozeleira eletrônica, uma das condições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes para que deixasse o Batalhão da Polícia Militar e fosse para prisão domiciliar.
Durante o depoimento, o ex-ministro também abordou sua participação em uma live de 2021 em que Bolsonaro atacou as urnas eletrônicas, afirmando que foi “convocado” pelo ex-presidente e leu um documento da Polícia Federal.
Ele ainda tentou se defender das suspeitas de que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) teria tentado atrapalhar a chegada de eleitores de Lula às urnas durante o segundo turno das eleições, afirmando que a planilha sobre os municípios em que Lula e Bolsonaro foram mais bem votados foi elaborada pelo Ministério da Justiça para coibir crimes eleitorais.
Outro ponto abordado durante o depoimento foi a presença de um grupo extremista de militares da reserva em um acampamento montado em frente ao quartel-general do Exército. O ex-ministro negou qualquer omissão em relação a esse fato.