Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Em vídeo divulgado neste sábado, 6/1, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) expõe uma denúncia feita à Polícia Federal em dezembro do ano passado, onde um dossiê aponta suposto envolvimento de membros da Segurança Pública do Amazonas com organizações criminosas, desencadeando ameaças e intimidações. Em razão disso, o parlamentar alega que tem sido coagido e ameaçado.
“Eu estou sendo coagido há mais de 15 dias e preciso do teu apoio para jogar tudo no ventilador. Isso tudo após eu entregar um dossiê sobre o envolvimento da alta cúpula da Segurança Pública do nosso Estado com o crime organizado e o tráfico de drogas”, diz Amom no vídeo.
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Em depoimento à Polícia Federal realizado no dia 13 de dezembro, Amom Mandel relatou o acesso a um relatório que evidencia ligações diretas da alta cúpula da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM), Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) e Comando Geral da Polícia Militar com organizações criminosas e tráfico de drogas.
As informações foram repassadas à Polícia Federal para uma apuração rigorosa. Desde então, o deputado e seus familiares enfrentam intimidações, incluindo vazamento de informações pessoais e a recente abordagem pela Ronda Onstensiva Cândido Mariano (Rocam), na Zona Leste de Manaus, na noite da última quinta-feira, 4/1.
“Um dossiê que não foi produzido por mim, mas que tem informações tão sérias que, após análises da nossa equipe, nós decidimos encaminhar para a Polícia Federal tomar as devidas providências. O relatório cita o nome de pessoas importantes e poderosas do nosso Estado e por esse motivo a possibilidade de o sigilo dele ter sido quebrado pode colocar a minha vida e a das pessoas que trabalham conosco em risco”
Amom Mandel, deputado federal
Amom, não sendo o autor do dossiê, busca proteção, temendo pela quebra de sigilo e menciona pressões, como vazamento de informações pessoais e abordagem violenta. O deputado ressalta que, se algo lhe ocorrer, a Polícia Federal possui informações sobre os culpados e mandantes, prometendo responsabilização por envolvimento com tráfico de drogas e crime organizado.
“A partir de agora, eu quero que todos vocês saibam que se algo acontecer comigo, com os meus familiares ou entes queridos, a Polícia Federal sabe quem são os culpados e mandantes. A operação pode tardar, mas não irá falhar e vocês serão responsabilizados pelo envolvimento com o tráfico de drogas e o crime organizado”, insistiu Mandel na publicação.
O dia da abordagem
O deputado federal Amom Mandel se envolveu em uma polêmica ao ser abordado durante uma blitz policial da “Operação Impacto”, realizada na avenida Autaz Mirim, zona Leste de Manaus, na noite da quinta-feira, 4/1. O desentendimento entre o parlamentar e os policiais foi parar no 14º Distrito Integrado de Polícia (DIP), delegacia plantonista daquela zona.
O caso veio à tona porque o deputado foi fotografado na delegacia e a foto foi distribuída em diversos grupos de mensagens instantâneas.
Sarah Mariah, companheira de Amom, que também estava no carro durante a abordagem policial, refutou, em suas redes sociais, insinuações ontem, sexta-feira, 5/1, esclarecendo que não furou bloqueios policiais. Ela afirma que sinalizou parada e ressalta que o deputado Amom não fez uso de influência.
“O Deputado Amom não estava indo (como alguns insinuaram) comprar drogas na zona Leste. Eu estava indo deixar minha amiga em casa. Somos vizinhas. Eu moro na zona Leste há 23 anos. Não era madrugada; era 22h. Eu não furei bloqueio policial nenhum, pois não havia bloqueio”, pontuou.
Ela detalha que sinalizou parada para os policiais, baixou os vidros do carro ao ser abordada. No entanto, ela conta em seu relato que sofreu truculência por parte dos policiais, que lhe apontaram armas e sem explicar o porquê da suspeita.
“Eu não ignorei os sinais da Rocam. Eu sinalizei com a seta que pararia no acostamento. A PM alega atitude suspeita, mas não diz qual. Baixei todos os vidros do carro quando os PMs seguiram com as armas em punho. O Deputado Amom não deu ‘carteirada’. O tratamento teria sido completamente diferente se ele tivesse dado, né?”, revelou.
Segundo Mariah, policias também apontaram arma para Mandel que agiu conforme Código Penal. A companheira do parlamentar termina o relato afirmando que confia na seriedade da imprensa e denuncia violência constante na Zona Leste e lembrou que, após seis horas de relato na delegacia, está registrada como vítima e não uma criminosa.
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