Redação Rios
MANAUS (AM) – Empresários e seringueiros receberam, nesta quarta-feira, 15/5, orientações e informações para fortalecer a cadeia produtiva da borracha e atender à demanda do Polo Industrial de Manaus (PIM), durante o 1° Workshop do Adensamento da Cadeia da Borracha. O evento realizado no Senai, zona Sul de Manaus, incluiu uma série de palestras e uma rodada de apresentações do programa Preferência Regional.
Representando o governador Wilson Lima no evento, o secretário-executivo da Sedecti, Gustavo Igrejas, ressaltou que o workshop atende a duas questões fundamentais: a interiorização do desenvolvimento e a diversificação da matriz econômica. Ele destacou que ambos precisam estar alinhados ao PIM, que fatura mais de 35 bilhões de dólares por ano e tem uma demanda de insumos superior a 20 bilhões de dólares.
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“A borracha é uma cadeia das que eu acho mais próxima da gente conseguir trabalhar e ela virar uma grande fornecedora do PIM, principalmente para o setor mecânico, porque a borracha, além de ir no pneu, ela vai na suspensão e em várias partes da motocicleta. Então, quando a gente chama um workshop desse, queremos trazer a organização dessa cadeia produtiva do Estado, tanto que a Embrapa está aqui, o Idam está aqui, a ADS está aqui, enfim, para chamar a sociedade, principalmente a parte extrativista, a parte do produtor, e tentar organizar essa cadeia para ser uma fornecedora do Polo Industrial de Manaus”, pontuou Igrejas.
O representante Amazônia Pneus, empresa nascente do PIM, Fabio Centofanti, enfatizou que os empresários esperam a retomada sustentável da cadeia produtiva da borracha a preços justos, beneficiando as comunidades.
“A empresa tem a necessidade de consumir vários insumos, dentre os quais a borracha natural, e a importância do evento é para que se fortaleça a produção, a retomada da produção da borracha natural”, declarou Centofanti.
O seringueiro do município de Lábrea, Antônio Davi Brito, ressaltou que o setor enfrentou mais de três anos sem mercado após o fechamento da usina do Granulado Escuro Brasileiro (GEB) em Manicoré. Ele agradeceu o Governo do Amazonas pelo apoio aos seringueiros, incluindo pagamento de subvenções e publicação de editais através do sistema Sepror.
“A importância desse evento de hoje vem só fortalecer mais ainda a nossa esperança dos extrativistas do Amazonas, para que a gente possa continuar fortalecendo cada vez mais e crescendo a produtividade no estado, melhorando a qualidade de vida das famílias lá na ponta. Isso é o que eu vejo aqui nesse evento”, ressaltou o produtor.
Novas tecnologias
Segundo o chefe da Embrapa na Amazônia Ocidental, Everton Rabelo Cordeiro, o problema enfrentado pela seringueira no Amazonas é o mesmo desde a época de Henry Ford em Fordlândia: o mal das folhas. Para combater essa doença, a Embrapa desenvolveu uma planta resistente ao mal das folhas.
“Se nós cultivarmos essa seringueira com essa tecnologia, as plantas não serão atacadas ou não morrerão sob o ataque do mal das folhas. Essa é a maior revolução que nós temos para a produção de borracha na região amazônica. Além da planta permanecer viva, nós temos uma qualidade da borracha superior e uma produtividade muito maior do que as encontradas quando a gente cultiva na floresta”, pontuou.
Dados
Conforme dados divulgados pela Sedecti durante o evento, o Amazonas possui 17 municípios produtores de borracha, os quais representam 8,04% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Em 2022, a produção de borracha do Amazonas totalizou 313 toneladas, sendo que desses 17 municípios, a produção foi de 264 toneladas, o que corresponde a 84,35% da produção estadual. A meta estabelecida pelo Governo do Amazonas é alcançar anualmente a oferta de 10 mil toneladas de borracha nativa no Mercado Global até 2030.
Nos anos de 2021 e 2022, o Governo do Amazonas distribuiu 600 kits para os seringueiros. Em 2023, foram alocados 160 kits para os municípios de Boca do Acre, Lábrea, Humaitá e Pauini. A previsão é entregar mais 400 kits ainda este ano.
*Com informações da assessoria