Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Após uma denuncia revelar que um esquema estava sendo realizado nas eleições de Parintins para beneficiar a candidatura de Brena Dianná (União), candidata apoiada pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (União), a Polícia Federal realizou operação contra os suspeitos que participaram da reunião.
Após a operação da PF fica o questionamento de quais são os efeitos do uso da máquina pública em processos eleitorais? Para responder a esta pergunta, o Portal RIOS DE NOTÍCIAS conversou com o cientista político e sociólogo Luiz Carlos Marques.
“O uso da máquina pública para favorecer um candidato distorce o processo democrático e desequilibra o jogo político. Quando servidores ou instituições públicas se tornam instrumentos de campanhas eleitorais a democracia é ferida de morte. Essas práticas podem ser comparadas a uma organização criminosa que envolve abuso de poder e desvio de recursos públicos que deveriam beneficiar a toda coletividade e não projetos pessoais”, ressaltou.
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O Estado é constituído por três elementos indispensáveis à sua formação: o povo, o território e o governo. A máquina pública é um conjunto de componentes destinados a auxiliar um governo no comando adequado de um Estado.
De acordo com o especialista, embora o governo realize a gestão do Estado, não é possível conduzir uma nação ou uma região inteira apenas por meio de um governo. “É preciso de um conjunto de pessoas, ferramentas, equipamentos, dentre outros fatores para que haja continuidade nos trabalhos”.
A máquina pública é responsável por manter as engrenagens do Estado em funcionamento, porém quando se utiliza esta estrutura estatal em uma eleição, torna-se uma ameaça à democracia.
“Evidentemente nestas condições haverá a perpetuação do poder nas mãos de uma elite corrupta, esse é um crime que está se tornando normal e para que isso não aconteça ele deve ser punido exemplarmente quem assim o faz deveria ser considerado inelegível por no mínimo oito anos culminando com uma pena pecuniária na mesma proporção”, pontuou o cientista político.