Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O Grupo Escoteiros Dom Bosco lançou nesse sábado, 27/1, o desafio de arrecadar alimentos, roupas e outros itens para as vítimas do incêndio da comunidade “Bairro do Céu”.
O incidente ocorrido no último dia 20, no Centro de Manaus, destruiu 30 casas e mais de 300 pessoas ficaram desabrigadas. Na última sexta-feira, 26, vítimas do incêndio fecharam a rua Luiz Antony, na área central da capital, em protesto por melhores condições de abrigo, além de reivindicarem providência urgentes.
Os escotistas entre crianças (lobinhos), pais, chefes e idosos foram incentivados a prática da doação. A atividade solidária marca o retorno das atividades dos voluntários, no Santuário São José Operário, na Praça 14 de Janeiro, zona Sul de Manaus.
A visão humanista da educação com a inclusão e a justiça social entre os voluntários, são alguns valores cultivados pelo Grupo Escoteiros Dom Bosco que completa em novembro deste ano, cinco anos de fundação.
“No grupo nós desenvolvemos várias atividades de educação complementar, onde temos como proposta trabalhar as áreas do desenvolvimento físico, afetivo, social, intelectual, espiritual e principalmente o desenvolvimento do caráter da criança e do jovem”, explica o diretor-presidente do Grupo, Paulo França.
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A escoteira Nágila Junqueira tem dois netos, João e Nicole, que participam do movimento. Eles levaram arroz, macarrão e outros tipos de alimentos não perecíveis para doação. “Quando a gente vê uma pessoa, um ser humano, um ser vivo precisando de ajuda, até um animal você tem que estender a mão e ajudar. É nosso papel aqui na Terra, ajudar todos que precisam. Ajudar os que estão momentaneamente fragilizados. Até uma palavra de amor é uma grande ajuda para um ser humano”, disse a voluntária.
Sobre os netos serem solidários, Nágila disse ser importante para formar o caráter deles. “Nós levamos nossos lobinhos para fazerem essa doação, para eles entenderem por toda a vida deles, que somos todos irmãos em Cristo e que ninguém é melhor do que ninguém, que todos nós temos que estender a mão para quem precisa”, justificou.
A neta de Nágila, Nicole Bragança, de 10 anos, contou que ficou triste com o ocorrido na comunidade “Bairro do Céu”. “Pensei nas crianças que perderam tudo, temos que nos colocar no lugar delas por isso trouxe alimentos para doar”, contou a menina.
A visão humanista do escotismo
O escotismo é um movimento mundial de jovens com aproximadamente 50 milhões de associados em todo o país e no mundo. O movimento está representado em mais de 216 países e territórios.
“Por isso que somos um movimento mundial de jovens e para jovens apoiado por adultos. Esses adultos, eles estão comprometidos de forma livre e voluntária com a educação informal que coopera com a família, a escola, buscando sempre de todos. A nossa proposta do movimento escoteiro é educativa e está aberta a todos os jovens sem nenhum tipo de distinção, com visão inclusiva que valoriza a diversidade, credo, raça”, destacou Paulo França, diretor-presidente do Grupo Escoteiros Dom Bosco.
De acordo com França, o trabalho voluntário é de educação para a vida, sempre colaborando para o desenvolvimento das potencialidades humanas em função de uma vida plena em que o jovem se desenvolva em todos os aspectos como cidadão.
“As doações podem ser feitas na sede do Colégio Dom Bosco, horário comercial, com a assistente social da escola”, disse Paulo França.