Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O ano de 2023 já apresenta a maior descida dos rios do Amazonas em setembro, cerca de 20 centímetros por dia, em comparação com o ano anterior. Chuvas abaixo da média e as altas temperaturas contribuem para a seca, que neste ano deve baixar ainda mais, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM). A estiagem já afeta 27 cidades do Estado.
Os municípios em situação de alerta subiram para quatro, após São Paulo de Olivença se juntar aos municípios de Benjamin Constant, Envira e Itamarati. Outros 15 municípios, também, segundo o CPRM, já estão em situação de emergência, e outros oito municípios estão em situação de atenção.
Apesar da descida das águas mais acelerada, a capital amazonense, Manaus, não está na lista de cidades em atenção, alerta ou emergência por conta da estiagem.
As cotas do rio estão consideravelmente abaixo da média esperada para esta época do ano. O que não significa uma situação preocupante, conforme o órgão responsável. É importante destacar que os níveis mais críticos foram observados durante as secas devastadoras em 2010 e 2005.
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Pesquisadora em geociências do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Jussara Cury, destaca que a perspectiva para os próximos dias é desafiadora, uma vez que a previsão indica chuvas abaixo da média para a primeira quinzena de setembro em toda a bacia amazônica. E, que a tendência é que o nível do Rio Negro reduza ainda mais.
Confira as cidades afetadas
A seca dos rios no Amazonas já afeta 24 cidades, segundo a Defesa Civil do estado divulgou em 30/8. No levantamento, dois municípios se encontram em situação de emergência.
Segundo o CPRM, os municípios de Calha do Alto Solimões: Benjamin Constant e Calha do Juruá: Envira se encontram em situação de emergência.
Enquanto os municípios da Calha do Madeira: Humaitá, Apuí, Manicoré e Novo Aripuanã; na Calha do Médio Solimões: Uarini e Tefé e Calha do Purus: Lábrea e Canutama se encontram em situação de atenção.
Ou 14 municípios se encontram em situação de alerta. São eles: Calha do Juruá: Guajará, Ipixuna, Itamarati, Eirunepé, Carauari e Juruá; Calha do Purus: Boca do Acre e Pauiní; Calha do Alto Solimões: Atalaia do Norte, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins
Ainda de acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o fenômeno se dá devido a influência do fenômeno climático El Niño, que inibe a formação de nuvens de chuva.
Ações
Na última quinta-feira, 31/8, o Governo do Amazonas e a Marinha do Brasil discutiram a situação da estiagem no Estado e eventuais iniciativas conjuntas para amenizar as consequências desse fenômeno ao longo dos próximos meses. Na ocasião, o vice-governador disse que levará os dados coletados ao governador Wilson Lima.
“A Marinha tem esse papel fundamental de diagnóstico e mapeamento das águas, da navegabilidade. Hoje, eles estão fazendo um trabalho de aprofundamento de sinalização náutica e balizamento, por exemplo. Tudo isso pode ajudar bastante o Estado nas ações desses 90 dias de estiagem”, afirmou.