Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O advogado Raione Cabral Queiroz, de 34 anos, ex-candidato a prefeito de Coari (AM) em 2024, foi preso neste domingo, 13/4, em Manaus, acusado de tentar estuprar uma cliente de 20 anos.
A prisão preventiva foi cumprida pela Delegacia de Coari, que também realizou uma busca e apreensão em seu endereço.
Segundo as investigações, o caso ocorreu em agosto de 2024, quando a jovem procurou Raione para contratar seus serviços jurídicos. O companheiro dela havia sido preso por roubo, e o advogado teria se aproveitado da situação de vulnerabilidade para tentar agredi-la sexualmente.
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A Polícia Civil de Coari abriu inquérito após a denúncia. Laudos médicos do Hospital Regional de Coari confirmaram lesões na vítima, e testemunhas corroboraram com a versão da vítima.
O delegado José Barradas Jr., responsável pelo caso, afirmou: “Ele se aproveitou da confiança e da vulnerabilidade da vítima, que o procurou em busca de ajuda, e acabou sendo enganada e violentada”.
Além da tentativa de estupro, Raione também responde por tergiversação – quando um advogado defende interesses conflitantes, o que é proibido por lei. A polícia ainda apura se ele tentou atrapalhar as investigações.
Com as provas coletadas, o Ministério Público pediu sua prisão, e a Justiça autorizou a medida. Ele será levado a uma audiência de custódia e permanecerá à disposição judicial.
Preso por ‘Chuva de Dinheiro’
Esta não é a primeira vez que Raione Cabral tem problemas com a lei. Em outubro de 2024, durante a campanha eleitoral, ele foi preso pela Polícia Federal após fazer uma live jogando dinheiro em praça pública.
Nos vídeos que viralizaram, ele aparece lançando notas de dinheiro para a multidão, causando tumulto. A ação foi considerada crime eleitoral, pois poderia influenciar o resultado das eleições. Na época, ele foi detido e escoltado por agentes, mas chegou a acenar para os apoiadores durante a condução.
Preso por Desacato
Em novembro de 2024, Cabral foi novamente preso, desta vez no plenário do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), após insultar o juiz Cássio André Borges durante sessão que julgava a elegibilidade de Adail Pinheiro para a prefeitura de Coari.
Na ocasião, o presidente do TRE-AM, desembargador João Simões, determinou sua prisão em flagrante por desrespeito à Corte. Cabral, que se recusou a se retratar, declarou às câmeras: “Não retiro uma vírgula. O Dr. Cássio atuou como se fosse um advogado de defesa de Adail Pinheiro”.
Agora, o ex-candidato volta a ser alvo da Justiça, desta vez por um crime ainda mais grave. O caso continua sob investigação.
O que pode acontecer?
Caso seja condenado por tentativa de estupro, a pena pode chegar a 15 anos de prisão. O crime de tergiversação pode render de 3 meses a 1 ano de detenção. Ele também responde pelo caso eleitoral de 2024. A polícia reforça que o caso segue em andamento e que novas informações serão divulgadas conforme a investigação avance.