Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A Operação Contragolpe da Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira,19/11, militares e agentes públicos envolvidos no planejamento do assassinato de presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O objetivo do grupo era impedir a posse do presidente eleito Lula.
Entre os presos está o tenente-coronel do Exército, Hélio Ferreira Lima, que comandou a 3ª Companhia de Forças Especiais do Comando Militar da Amazônia (CMA), em Manaus.
Ex-comandante Hélio Ferreira Lima foi destituído de sua posição em fevereiro de 2024, durante investigações sobre planos antidemocráticos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Quando convocado a depor à Polícia Federal sobre sua ligação com o golpe de Estado, optou por permanecer em silêncio. Com formação em Operações Especiais, é membro do grupo de elite do Exército conhecido como “kids pretos”, especializado em missões sigilosas de alto risco.
Os presos durante a operação são, além de Hélio Ferreira Lima; Mário Fernandes (general e ex-ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência); Rafael Martins de Oliveira (major das Forças Especiais do Exército); Rodrigo Bezerra de Azevedo (major das Forças Especiais do Exército) e Wladimir Matos Soares (agente da Polícia Federal).
Quatro dos presos pertencem ao grupo de elite do Exército conhecido como “kids pretos”. O grupo é altamente treinado em operações especiais e estava monitorando alvos, incluindo um ministro do STF, para executar suas ações caso o golpe fosse adiante, conforme aponta a investigação.
Os mandados de prisão foram cumpridos no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal. Além disso, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares foram executados, incluindo a entrega de passaportes e a suspensão de funções públicas.
“Punhal Verde e Amarelo”
O plano, nomeado de “Punhal Verde e Amarelo”, previa ações coordenadas com uso de técnicas avançadas de operações militares e incluía recursos humanos e bélicos, além da criação de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para administrar os conflitos decorrentes do atentado.
Segundo a PF, os conspiradores utilizaram seu elevado nível de treinamento técnico-militar para organizar o golpe entre os meses de novembro e dezembro de 2022. As ações visavam não apenas a eliminação dos líderes políticos, mas também a abolição do Estado Democrático de Direito.
O Portal RIOS DE NOTÍCIAS entrou em contato com a assessoria do CMA que por meio de nota respondeu:
“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que na operação realizada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira, 19 de novembro de 2024, foram presos o General de Brigada Mario Fernandes, da Reserva, e os Tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Rafael Martins de Oliveira. Os militares da ativa não se encontravam participando da Operação de GLO na Cúpula do G20.
O General Mário Fernandes e o Tenente-Coronel Hélio Ferreira Lima encontravam-se no Rio de Janeiro para participar de cerimônias de conclusão de cursos de familiares e amigos. O Tenente-Coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo deslocou-se para a guarnição, a serviço, para participar de outras atividades e não fez parte do efetivo empregado na operação de GLO. O Tenente-Coronel Rafael Martins De Oliveira já se encontrava afastado do serviço por medidas cautelares determinadas pela justiça.
Este Centro informa, ainda, que a Força não se manifesta sobre processos em curso, conduzidos por outros órgãos, procedimento que tem pautado a relação de respeito do Exército Brasileiro com as demais instituições da República”.