Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A produção rural de pitaya e mandioca dos moradores do ramal Água Branca 2, no km 35 da AM-010, está sendo prejudicada pela falta de asfalto e o excesso de buracos, que têm deixado o local intrafegável.
A produtora rural Clarisse de Queiroz afirma: “A maior dificuldade do nosso ramal são os muitos buracos. A gente desvia de um buraco para cair em outro.” Ela acrescenta que, durante as chuvas, a situação piora, afetando tanto a produção quanto a rotina das crianças que vão para a escola.
“Os carros deslizam demais e, quase todos os dias, os ônibus escolares atolam. Há dificuldade para as crianças irem para a escola, e a nossa produção está sendo muito afetada porque não conseguimos escoá-la, já que o nosso ramal está intrafegável”, queixa-se.
A região é uma grande produtora de hortifrútis, como pitaya, cupuaçu, abacaxi, banana e mandioca, que abastecem as Feiras de Produtos Regionais da ADS e as feiras municipais.
Porém, com o atual estado do ramal, os moradores enfrentam uma demora significativa para percorrer poucos quilômetros, levando de 45 minutos a 1 hora devido à lama e aos buracos.
O produtor de pitaya, Alcenir Carvalho Alves, de 50 anos, relembra que já existe a lei nº 3.308/2024, que prioriza o asfaltamento das zonas rurais de Manaus por meio de fresas de asfalto. Esse processo, que envolve a descamação do pavimento antes da aplicação de um novo revestimento, já ajuda a eliminar desníveis e tapar buracos nos ramais.
“Nós temos uma lei, a 3.308, que era para beneficiar os ramais, fazer as fresas, né? Mas, até hoje, isso ainda não chegou. Nós só temos a necessidade de ir e vir, mas de maneira que a gente não fique atolado”, declara o produtor Alcenir.
Serviços básicos não atendidos
Além dos problemas logísticos, a região não recebe regularmente os serviços públicos básicos. Ambulâncias não conseguem entrar no ramal para atendimento emergencial de saúde, e aplicativos de transporte e táxis também não acessam o local. A polícia consegue chegar, mas com dificuldade.
“Ambulâncias não entram, carros de aplicativo também não entram. Os carros de polícia até entram quando há alguma ocorrência, mas com certa dificuldade, e demora bastante para o atendimento. Se algum morador passar mal aqui dentro, ele vai morrer por falta de socorro, porque a ambulância não vai conseguir entrar”, afirma a moradora Clarisse de Queiroz.
O que diz a Prefeitura?
A REPORTAGEM entrou em contato com a Prefeitura de Manaus por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura de Manaus (Seminf) para saber sobre a programação de asfaltamento dos ramais, a qual informou que uma equipe técnica irá para realizar uma vistoria no ramal Água Branca 2, Km 35, para identificar os serviços necessários e programar as obras.