Lauris Rocha e Diana Rodrigues – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Com a passarela desativada há mais de quatro meses, pedestres enfrentam dificuldades diárias para atravessar a avenida Torquato Tapajós, na entrada do Conjunto Santos Dumont, na zona Centro-Oeste de Manaus.
A estrutura, que conectava os dois lados da via até uma estação de ônibus no centro da pista, foi parcialmente destruída no dia 6 de julho após ser atingida por uma carreta. Desde então, os pedestres contam apenas com a faixa de pedestres para fazer a travessia, expondo-se a riscos no trânsito intenso da região.
Os moradores exigem a reconstrução da passarela, que anteriormente contava com um elevador — embora, segundo relatos, nem sempre estivesse em funcionamento.
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A aposentada Maria de Nazaré, de 68 anos, lamenta os transtornos e a insegurança causados pela ausência da estrutura.
“Eu tive que ir na prefeitura fazer uma denúncia para o elevador funcionar. Houve resultado, mas depois do acidente com a carreta tudo mudou. Sem a passarela, está um perigo grande pra gente. Sou idosa, tenho 68 anos e preciso da passarela”, relatou.
O diretor-presidente do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), Paulo Henrique Martins, informou na época do acidente que a reconstrução levaria cerca de seis meses, com previsão de conclusão para janeiro de 2025. No entanto, até agora, nenhuma obra foi iniciada.
Para Rosivaldo, de 40 anos, que trabalha como carreteiro na região, a ausência da passarela compromete o fluxo do trânsito e aumenta os riscos para os pedestres, especialmente com a chegada do período chuvoso.
“Demora muito para o semáforo abrir e fechar. Isso piorou. O fluxo diminui e congestiona tudo. A passarela seria essencial, ainda mais se fosse coberta. Ajudaria os pedestres e também quem utiliza o transporte público”, explicou.
O auxiliar administrativo, Carlos Eduardo, de 42 anos, que sofre com dificuldades de locomoção, reforça a necessidade da reconstrução da passarela para garantir mais segurança e acessibilidade.
“Com a passarela funcionando a gente não precisaria ficar parado no sol quente esperando para atravessar. É fundamental que ela seja reconstruída o mais rápido possível, principalmente agora, com a chegada do período chuvoso. E daqui a pouco é Natal, então tudo fica mais complicado porque vamos precisar sair para fazer compras”, destacou.
No dia 19 de outubro, um homem caiu de uma altura de cinco metros ao caminhar pela estrutura, ainda parcialmente liberada à época. Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas até hoje não foi identificado, e seu estado de saúde não foi divulgado.
Quatro meses após o acidente, o local permanece interditado, sem qualquer sinal de reforma. A previsão para a construção de uma nova passarela continua sendo janeiro de 2025, o que mantém os manauaras insatisfeitos e apelando pelo bom senso das autoridades.
A estudante Haylla Camily, de 18 anos, que passa diariamente pelo local, reforça o pedido de uma solução rápida.
“Eu gostaria que reformassem a passarela porque fica muito ruim por causa do trânsito. Às vezes está chovendo e não temos onde nos abrigar, ou está muito sol. Com a passarela, tudo seria mais rápido, inclusive para o trânsito”, concluiu.
Sem resposta
Procuradas pela REPORTAGEM, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) e o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) foram questionados sobre o prazo para reconstrução da passarela, possíveis intervenções provisórias e medidas de segurança para os pedestres, mas até o fechamento desta matéria não enviaram resposta. O espaço segue aberto.