Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Diferente de outras épocas, famosos reconhecidos por ativismo ambiental relacionado às queimadas e desmatamento da floresta Amazônica, não se pronunciaram no momento em que o Amazonas está prestes a registrar a maior seca da história e sofre com as queimadas recordes que causam uma densa fumaça na capital amazonense, causando riscos à saúde respiratória da população amazonense.
Os atores Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo, o presidente francês Emmanuel Macron e a ativista Greta Thunberg se posicionaram sobre outros assuntos mas não sobre a crise ambiental que assola o Amazonas.
Segundo o boletim do Governo do Amazonas, divulgado na quinta-feira, 12, a seca no Estado atingiu níveis alarmantes, com 50 municípios declarados em situação de emergência e 10 em alerta. Apenas Presidente Figueiredo e Apuí estão dentro da normalidade. Ainda de acordo com o boletim, até 11 de outubro, 17.506 focos de calor foram registrados no Estado.
Greta Thunberg, por exemplo, se juntou à juventude Sámi nesta sexta-feira, 13/10, para bloquear e fechar o estado norueguês devido às suas violações dos direitos humanos e indígenas. Enquanto a Amazônia queima, seu foco se desloca para outras questões.
O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou o local onde um homem armado com uma faca e gritando “Allah Akbar” (“Alá é o maior”, em árabe) matou um professor e feriu gravemente duas pessoas em uma escola secundária em Arras, no norte da França, na manhã desta sexta-feira, em meio a temores de que o conflito entre Israel e o Hamas pudesse ser importado para a França.
Mark Rufalo, apesar de enfatizar a importância das questões climáticas em suas redes sociais, não direciona sua atenção para o cenário alarmante na Amazônia, preferindo criticar empresas multinacionais de petróleo e gás.
“À medida que o mundo aquece e esmagamos todos os recordes de ondas de calor, secas, incêndios florestais, inundações e eventos climáticos extremos, à medida que os oceanos aquecem e as calotas polares derretem a um ritmo acelerado, os líderes psicóticos e membros do conselho Exxon Mobil Corporation duplicam a sua aposta na extração e queimando mais combustíveis fósseis, esmagando a fina camada de que se preocupavam com os Acordos de Paris ou quaisquer outros compromissos climáticos que assumiram… Exxon sabe o tempo todo, antes de qualquer um, e continuou mesmo assim. Mantenha-os longe das negociações climáticas”
Publicou Mark Rufalo em sua conta no X (antigo Twitter)
Leonardo DiCaprio, conhecido por seu ativismo ambiental, concentra seus esforços na busca por espécies em extinção, deixando de lado a urgência das queimadas na Amazônia. Sua organização “Re:wild Lost Species” está empenhada em encontrar espécies perdidas para a ciência, mas o fogo que devasta a floresta tropical parece ter perdido espaço em seu discurso.
“Existem mais de 2.000 espécies perdidas para a ciência, mas a minha organização e os nossos parceiros em todo o mundo estão a trabalhar para encontrá-las. A Busca por Espécies Perdidas é a maior busca global para encontrar plantas, animais e fungos que não eram vistos há pelo menos 10 anos. Desde que lançamos a Pesquisa por Espécies Perdidas em 2017, nove das 25 espécies perdidas mais procuradas do mundo foram encontradas, além de dezenas de outras fora desta lista… Com a ajuda de conservacionistas, investigadores, cientistas cidadãos, comunidades locais e eternos otimistas de todo o mundo, a Busca por Espécies Perdidas continua”, escreveu em sua conta no Instagram.
Amazonas queima e sufoca
A atual situação na região amazônica preocupa a população, com condições climáticas fora do comum contribuindo para uma seca extrema que está castigando a floresta.
O aquecimento excepcional do Oceano Atlântico Tropical Norte é o principal responsável pela seca severa no Sudoeste amazônico. O El Niño, embora também seja um fator, deve intensificar seus efeitos, agravando ainda mais a situação.
A seca já afetou gravemente os principais rios da região, deixando comunidades sem água e isoladas, uma vez que a navegação se tornou difícil em rios importantes como o Madeira, Juruá e Purus. A situação é especialmente crítica na Bacia do Rio Madeira.
Com a seca severa, 392 mil pessoas estão sendo diretamente afetadas, cerca de 97 mil famílias no interior e capital do Amazonas.