Patrick Motta Jr – Rios de Notícias
Manaus (AM) – Desde a primeira infância até a fase adulta, os pais têm uma influência contínua no desenvolvimento de seus filhos. Eles – os pais – podem oferecer ajuda na maturidade vocacional, através de opções que despertem competências e habilidades, sejam elas linguísticas, artísticas ou tecnológicas.
Por causa da admiração, pelo exemplo ou para que a carreira da família seja preservada, muitos escolhem por seguir a mesma profissão do pai. No momento em que os filhos começam a pensar no futuro, muitas vezes enxergam os adultos como modelos ou conselheiros de carreira.
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Em homenagem ao Dia dos Pais, comemorado neste domingo, 11/8, o Portal RIOS DE NOTÍCIAS reuniu duas histórias de pais e filhos que se tornaram colegas de profissão.
Pai e filhos no Jornalismo
Patrick Motta, de 50 anos, é pai de seis filhos e três deles seguiram a carreira de comunicador, tendo ele como principal exemplo. Começou a trabalhar ‘com a voz’ aos 17 anos na rádio Amazonas FM, na Rede Amazônica, filiada da Rede Globo em Manaus, em meados da década de 80, onde permaneceu por 26 anos.
Após passagens por outras emissoras, como Rádio Diário (Rede Diário de Comunicação) e portal Amazonas Atual, acumulou 32 anos de atuação na comunicação, principalmente, no Jornalismo.
“Eu nunca impus aos meus filhos que seguissem meus passos, mas apoio eles completamente (e fico muito feliz por saber que estão seguindo meus passos)”, contou.
O filho primogênito de Patrick Motta, Patrick Motta Filho, de 28 anos, atualmente apresenta o jornal da manhã da rádio CBN Manaus 101,5, na Rede Amazônica, filiada da Rede Globo. Começou a cursar engenharia na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), mas não se adaptou.
“Eu era da engenharia, da matemática, fiz faculdade inclusive, mas… ao mesmo tempo que eu cursava esta área – exatas -, acompanhava o trabalho do meu pai e passava um tempo com ele, o que me fez pensar melhor sobre o que eu realmente queria fazer”, disse.
Patrick Filho decidiu dar um tempo do curso de engenharia, fez um curso técnico de Rádio e TV, sem ser obrigado pelo pai, e se formou neste. Inspirado, mas não obrigado, optou então por seguir carreira na comunicação, dando início à faculdade de Jornalismo.
Lucas Motta, o filho do meio, de 24 anos, é repórter do Portal e TV A Crítica. Ele se formou no ensino médio aos 16 anos, e tinha afinidade com a área de saúde. Muito jovem e com facilidade em biologia, tentou então cursar medicina, o que também entrou em conflito com a pré-disposição ao Jornalismo. Durante a época de vestibular para o curso da área da saúde, ficou na lista de espera, e sentiu a necessidade de começar a trabalhar.
“Na época eu tentei medicina na UEA por ter afinidade com a área, passei para a lista de espera mas precisava trabalhar, então arrumei meu primeiro emprego como chapeiro, mas ficava me perguntando onde iria atuar profissionalmente. Muito jovem, comecei a pensar sobre o que eu vislumbrava enquanto estava com meu pai, além de começar a refletir sobre ideias de familiares de seguir no jornalismo”, falou
De acordo com ele, um conjunto de fatores impulsionou a curiosidade pela respectiva área de comunicação, mas o pai foi um ponto crucial. Logo, começou a faculdade de jornalismo e, após a primeira aula, desistiu de medicina.
“Na minha primeira aula, com a professora Tânia Brandão, fiquei completamente apaixonado pela profissão […] 40 minutos de apresentação sobre o curso foram o suficiente para eu nunca mais abrir a lista de espera da UEA”, ressaltou
Pai e filho no Direito
João Guilherme Taketomi, de 20 anos, filho de Antônio Carlos da Rosa Junior, de 41, é acadêmico de Direito. Atualmente, estuda na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e para ele a escolha pela área não foi tão difícil, já que seu pai sempre priorizou a sua educação, principalmente, se preocupou com a escrita, oratória e redação.
“A razão pela qual eu escolhi ser da mesma grande área de atuação dele, que é o direito, especialmente o direito administrativo, foi uma consequência natural das coisas, porque ele sempre me criou desde muito pequeno, tendo em mente a questão de que a educação que nos salva, a educação que nos liberta e a educação que importa, e assim ele seguiu, sempre primando para que eu tivesse o melhor ensino possível”, explicou
Antônio da Rosa Júnior é secretário-geral do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), e de acordo com o filho, nunca exigiu que ele seguisse exatamente os seus passos.
A escolha de João Guilherme foi espontânea, mas o jovem não deixou de ressaltar que ele e o pai, de forma descontraída, conversam sobre a área, quando estão à mesa, por exemplo.
“Eu não acredito que ele tenha me direcionado para que eu seguisse exatamente os mesmos passos dele. O fato de eu ter escolhido, de maneira consolidada, atuar na mesma área dele, que é o direito administrativo, imagino que seja graças às conversas de mesa, enquanto jantamos, almoçamos […] então tenho uma predileção maior por essa questão e por todo este tipo de conhecimento, de forma natural”.
Funcionário de carreira no TCE-AM desde 2009, Antônio da Rosa se dedica plenamente às atividades da Corte de contas. Mesmo tendo dupla formação – contabilidade, pela Ufam e Direito, pela Ulbra -, é possível ver que ele sempre teve o filho como prioridade, e que as conquistas deste (principalmente àquelas relacionadas ao Direito) lhe enchem de orgulho.
Seja no Jornalismo ou no Direito, é evidente que os pais tiveram papel chave na hora dos filhos escolherem seu direcionamento profissional. De maneira direta ou indireta, a criação influenciou no que eles têm como visão de mundo, e pôde moldá-los, mesmo que sem querer, para que sigam às suas respectivas carreiras.