Júnior Almeida – Rios de Notícias
BRASÍLIA (DF) – O ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira defendeu, nesta sexta-feira, 17/11, a volta do horário de verão com a necessidade de ‘impulsos econômicos’ para o país. Ele argumenta que o debate sobre o tema precisa estar ‘desatrelado da questão exclusivamente energética’.
Silveira defendeu que o governo Lula repense a possibilidade do horário de verão voltar para impulsionar a economia, que segundo ele, com tempo extra de luminosidade ao fim do dia, os consumidores seriam estimulados a frequentar comércios e bares.
Eu defendo que, mesmo não tendo necessidade energética, o governo avalie a possibilidade do horário de verão para impulsionar a economia. Até agora, a discussão está atrelada a questão energética, mas ela tem outras repercussões, benefícios para certos setores, argumenta.
Recentemente o Ministério de Minas e Energia (MME) avaliou ser desnecessário a implantação do Horário de Verão em 2023.
“Em virtude do planejamento seguro implantado pelo ministério desde os primeiros meses do governo, os dados não apontam, até o momento, para nenhuma necessidade de implementação”.
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Contudo, a fala do ministro nesta sexta-feira representa uma mudança na consideração anterior do ministério. Além de acontecer no mesmo momento que a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), pretende levar ao governo federal, uma manifestação em apoio à volta do horário de verão em 2024.
O presidente da associação, Roberto Ordine, defende mais segurança dos compradores para permanecerem nas ruas, passearem pelas lojas e fazerem suas compras depois do horário de trabalho, quando podem aproveitar a luz natural por mais tempo.
O ministro Alexandre Silveira em entrevista, comentou que tem conversado com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) sobre o assunto. Em setembro a associação enviou uma carta ao presidente Lula pedindo a retomada do horário de verão. No texto, eles revelaram um estudo indicando que impacto no faturamento dos bares e restaurantes poderia ter alta de 10% a 15%.
Histórico do sistema
O sistema do horário de verão começou no país por meio do decreto N° 20.466, de 1 de outubro de 1931, instituído pelo então presidente Getúlio Vargas há quase um século, com o objetivo de economizar a energia nas regiões que mais recebem luminosidade solar nesse período do ano.
Em abril de 2019, a medida deixou de ser adotada no país na gestão Bolsonaro, após o Decreto 9.772, sob a alegação de que os benefícios desejados não estavam mais sendo alcançados no país. A suspensão também já era avaliada no governo de Michel Temer.