Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A triste confirmação da morte de Julieta Hernández veio na noite desta sexta-feira, 5/1, pela companhia de artistas Circo di SóLadies, que reconheceu o corpo da artista desaparecida.
O corpo de Julieta foi encontrado enterrado em um matagal, por volta das 18h, segundo informou a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) a causa da morte foi asfixia. Um casal foi preso suspeito de envolvimento na morte da artista.
Julieta teria pernoitado na casa do casal Thiago Agles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos, localizada próxima à Corredeira do Urubuí, no município de Presidente Figueiredo, a 126 quilômetros de Manaus, no dia 23 de dezembro e o crime teria ocorrido no local. No local onde o corpo foi encontrado estavam também seus pertences. O caso segue sob investigação.
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“O Departamento de Polícia Técnico-Científico (DPTC) trabalha na identificação do corpo para confirmar se trata-se da venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez, que estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro.
Durante as buscas pela região onde a jovem havia informado sua última localização aos seus amigos artistas, os policiais encontraram, inicialmente, partes da bicicleta que Julieta Hernández utilizava. O local é próximo de um refúgio onde a mulher estava hospedada”, diz um trecho da nota.
Cicloviajante experiente, Julieta tinha o hábito de informar sobre sua localização durante as viagens. A última mensagem dela foi antes de ficar sem sinal de telefone e internet, o que preocupou seus amigos. Seu destino final era Puerto Ordaz, na Venezuela, onde sua mãe reside.
Recursos para o translado do corpo
Depois da confirmação da morte de Julieta Hernández, o grupo de amigos artistas “Pé Vermêi” organizou uma vaquinha online para custear o translado do corpo e também a viagem de duas integrantes e amigas da cicloviajante ao Amazonas para fazer o percurso de carro .
O crime
De acordo com o depoimento da mulher presa, na madrugada de sexta-feira, Julieta foi brutalmente assassinada por um casal após o roubo de seu celular. O crime ocorreu no Espaço Cultural Mestre do Gato, onde Julieta estava hospedada.
Inicialmente, o casal planejou roubar o celular da vítima. Por volta de 1h, o homem, sob efeito de álcool e drogas, acordou Julieta, ameaçando-a com uma faca. Arrastada para dentro da residência onde o casal morava como caseiros, Julieta foi violentamente agredida e, após pegar o celular, ele a estuprou. A companheira, com ciúmes, ateou fogo neles usando álcool.
O suspeito apagou as chamas e buscou ajuda no hospital, enquanto a mulher amarrou Julieta, que devido as agressões ficou inconsciente. Ela arrastou Julieta para um matagal próximo, onde a enterrou com mãos e pés amarrados. O suspeito nega a versão apresentada pela mulher.
Homenagem
Amigos, colegas e membros do grupo artístico expressaram nas redes sociais o luto pela perda de Julieta, lembrando sua contribuição como palhaça e nômade.
Julieta se apresentava pelo Brasil como palhaça e percorria o país de bicicleta com a peça “Viagem de bicicleta de uma palhaça só… Sozinha?”. Além disso, também produzia peças de artesanato e fazia pequenos bonecos por encomenda, além de oferecer oficinas de arte para crianças.
Com a fatalidade, a Companhia Circo di SóLadies | NemSóLadies começou uma campanha de apoio financeiro em sua conta no Instagram para ajudar no translado do corpo de Julieta para sua terra natal.