Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A Justiça revogou e converteu para liberdade provisória a prisão preventiva de policiais militares que estavam presos sob suspeita de envolvimento na chacina ocorrida no dia 21 de dezembro de 2022, no Ramal da Água Branca, na rodovia AM-010. O caso envolve o homicídio qualificado de quatro pessoas: Alexandre do Nascimento Melo, Valéria Pacheco da Silva, Diego Máximo Gemaque e Lilian Daiane Gemaque.
Dos 16 acusados, 14 tiveram a prisão preventiva revogada e dois dos suspeitos não responderão mais como réus após revogação de suas acusações. A decisão foi proferida pelo juiz Lucas Couto Bezerra, baseada em medidas cautelares para garantir que eles cumpram as obrigações legais.
Entre as medidas, destacam-se o afastamento do serviço, suspensão do porte e posse de arma de fogo, recolhimento noturno e o uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, os policiais estão proibidos de se aproximar de testemunhas e parentes das vítimas. O descumprimento a qualquer das medidas impostas acarretará a decretação de suas prisões preventivas.
A defesa dos réus foi feita pela advogada Tallita Lindoso, que esclareceu que a decisão da Justiça foi baseada em argumentos consistentes, e que a prisão preventiva de um dos réus não foi revogada devido a um parecer favorável já existente. “O Ministério Público recorreu quanto à revogação da prisão de 14 deles. De um deles não, porque já existia parecer favorável, inclusive”, esclareceu.
O caso
O crime chocou a sociedade devido à brutalidade dos assassinatos e à suposta participação de policiais militares na execução. As vítimas foram encontradas dentro de um carro na rodovia AM-010, na altura do quilômetro 32, na região do ramal Água Branca, que liga Manaus às cidades de Rio Preto da Eva e Itacoatiara, distante a 79 e 269 quilômetros, respectivamente.
O documento afirma que os acusados abordaram as vítimas, que estavam em um Ônix Branco. Os suspeitos intimidaram e escoltaram as vítimas até o ramal onde foram mantidas reféns por um longo período antes de serem executadas. De acordo com os autos, os policiais militares foram chamados para auxiliar no crime.
A investigação apontou que os réus teriam coordenado a ação para garantir o sucesso do crime. Quatro deles são acusados de cometer os homicídios diretamente, enquanto os outros dez são acusados de participação nos assassinatos por omissão penalmente relevante, de acordo com o Código Penal Brasileiro. As vítimas teriam sido coagidas e escoltadas pelos réus antes de serem executadas.
A decisão enfatiza que, embora seja difícil identificar os autores diretos dos homicídios, permite a punição dos envolvidos no crime. O processo está em andamento, e a data do julgamento ainda não foi marcada.
Colaboração de Lucas Xavier, da Rádio RIOS FM 95,7