Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O livro “Um Grande Amor no Coração da Floresta Amazônica”, de Ney Metal, será lançado nas escolas municipais Professora Dalvinha de Oliveira e Professora Ana Cristina A. de Melo, bem como nas escolas estaduais Professora Karla Patrícia e na de Tempo Integral Professora Garcitylzo do Lago da Silva, todas localizadas na zona Oeste de Manaus.
A primeira escola a receber o projeto, contemplado pela Lei Paulo Gustavo, será a Professora Dalvinha de Oliveira, na próxima terça-feira, 17/9, às 14h. O evento incluirá a recitação de poemas e uma breve leitura da obra literária, além de premiações para os alunos que se destacarem na criação de poemas e na leitura de trechos do livro.
Em entrevista ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS, o autor amazonense Ney Metal, que também atua como professor nas escolas de Manaus, explicou a inspiração por trás de sua obra.
“O livro é baseado na história de amor entre meus avós. Meu avô, um seringueiro cearense que veio para a Amazônia nos anos 40 como soldado da borracha, se apaixonou pela minha avó, uma indígena da região do Juruá. Eles se encontraram no vale do Juruá, na fronteira com o Acre, e vivenciaram um romance marcado por desafios”, relatou Metal.
A trama do livro revela o conflito entre seringueiros nordestinos e indígenas. Ney Metal conta que seu avô foi ferido e capturado, e que o romance com sua avó foi um amor proibido, visto que o avô dela queria matá-lo. “Eles tiveram que fugir de canoa pelos rios Tarauacá, Juruá e Solimões até chegarem a Fonte Boa, a cidade onde nasci”, detalhou o autor.
Além de explorar os desafios do romance proibido, a obra oferece um panorama das famílias amazonenses, paraenses, rondonienses e acreanas da década de 40. A narrativa é dividida em dez capítulos: “A Fuga”, “A Vila de Tamanicua”, “O Temporal”, “A Mordida”, “A Pescaria do Pirarucu”, “Fonte Boa”, “O Flutuante”, “A Viagem com os Missionários”, “O Recomeço e as Conquistas” e “A Doença de Valquíria”.
Sobre o processo de criação do livro, Ney Metal revelou: “A produção começou em 2019, quando ainda escrevia fanzines. O primeiro conto que escrevi foi ‘As Aventuras de Paulo’, que deu origem ao meu primeiro livro, ‘O Mandubé’, e ao primeiro capítulo do romance atual, baseado nas memórias da minha infância.”
O autor também destacou o incentivo recebido do poeta Janer José, que o motivou a aprofundar sua escrita. Metal resgatou histórias contadas por seu avô e complementou com pesquisas familiares para dar vida à sua obra.