Júnior Almeida – Rios de Notícias
BRASÍLIA (DF) – Uma reunião com o relator do novo arcabouço fiscal, Claudio Cajado (PP-BA) e líderes partidários e técnicos da equipe econômica para discutir as mudanças feitas pelo Senado no texto do projeto, que ocorreria nesta segunda-feira, 14/8, à noite, foi cancelada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) após fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gerar ruídos entre parlamentares da Casa.
Haddad disse em uma entrevista divulgada nesta segunda-feira, que as negociações com os deputados da Câmara, não estão fáceis.
“A Câmara está com um poder muito grande e ela não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo. Mas, de fato, ela está com um poder que eu nunca vi na minha vida”
A fala do ministro foi suficiente para incomodar líderes partidários que pressionaram Arthur Lira para cancelar a reunião que iria discutir o arcabouço fiscal, cujo a votação continua travada.
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Alguns deputados foram pegos de surpresa com o cancelamento inesperado ainda quando estavam à caminho da Casa Legislativa para a reunião. A informação é de que o presidente da Câmara informou em mensagem pelo Whatsapp que o encontro havia sido “adiado”. Lira até agora não se manifestou publicamente sobre o assunto.
Haddad se pronuncia
Após rápida e contundente repercussão de suas falas, Haddad esclareceu que não se referia a pessoas ou a uma legislatura específica da Câmara, mas ao fim do presidencialismo de coalizão. Disse também que sua pasta tem uma relação de parceria tanto com a Câmara quanto com Lira – com quem já conversou para tentar amenizar o clima.
Haddad falou a jornalistas que decidiu fazer o esclarecimento por recomendação do próprio presidente da Câmara, com quem falou ao telefone após a repercussão negativa da entrevista.
“Não vamos fazer disso um cavalo de batalha. Primeira providência que tomei foi ligar para o presidente Arthur Lira e esclarecer o contexto das minhas declarações. Minhas declarações não dizem respeito a atual legislatura. Eu sou só elogios para a Câmara, para o Senado e Judiciário. Nós não teríamos chegado aqui sem a concorrência dos Poderes da República.”
O Planalto e a equipe econômica tentam, agora, apaziguar os ânimos.