Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, nesta quarta-feira, 15/5, a criação da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul. Em sua terceira visita ao Estado em duas semanas.
O ato foi assinado em um evento público em São Leopoldo do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre. Também foi anunciado o pagamento de um benefício de R$ 5,1 mil para as famílias afetadas pelas enchentes, além de um programa de reconstrução e doação de novas moradias populares.
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A nova pasta com status de ministério será ocupada por Paulo Pimenta, que deixa a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) para acompanhar os trabalhos de recuperação do estado afetado pela maior catástrofe climática de sua história com chuvas e enchentes que resultaram na morte, até o momento, de 149 pessoas e deixaram mais de 800 mil fora de suas casas.
Mas o que chamou a atenção nas redes sociais foi a postura de Eduardo Leite (PSDB) quando Lula assinou a medida provisória de criação da secretaria. O governador do Rio Grande do Sul não aplaudiu e ainda fechou a cara, transmitindo a sensação de desconforto e a preocupação com a possibilidade do Paulo Pimenta ser o próximo governador.
Repercussão
Nas redes sociais, rapidamente a tag #foraeduardoleite subiu. Os seguidores do X (ex-twitter) comentaram negativamente a postura do governador do RS no ato de assinatura de Lula.
“Todo mundo aplaudiu quando Lula assinou a medida provisória que cria a secretaria de apoio para à reconstrução do RS, menos o Eduardo Leite”, ” O governador que revogou 489 leis ambientais e sempre se preocupou com grandes empresários, agora está preocupado com o “comércio local”. Mal agradecido”, “6 anos a frente do governo e só fez botar a abaixo toda estrutura do Rio Grande do Sul, ignorando qualquer prevenção e dificultando toda ação emergencial” , foram algumas das críticas dos internautas.
Paulo Pimenta
Em seu discurso de posse, Paulo Pimenta sintetizou o trabalho na nova pasta que, segundo ele, vai ser o de articular e apoiar o trabalho do governo do estado e das prefeituras.
“O presidente tomou essa decisão de constituir um ministério específico para articular e organizar as ações do governo federal sem ter o caráter executivo, mas para facilitar o trabalho, apoiar o governo do estado e as prefeituras municipais para que o mais rapidamente possível a gente possa alcançar o nosso objetivo”, declarou.
Pimenta, que já vinha acompanhando os desdobramentos da tragédia desde o início das chuvas, lembrou que o governo federal vem dando todo o suporte ao estado. Ele destacou o resgate de mais de 80 mil pessoas nos últimos dias e agradeceu o envolvimento das forças de segurança e dos milhares de voluntários nessa tarefa.
Ao todo, cerca de 75 municípios já receberam recursos federais em ajuda humanitária e pelo menos R$ 100 milhões dos cofres federais já foram repassados para ações de resgate e acolhimento das pessoas afetadas pelas chuvas. O estado tem 80 mil pessoas em abrigos, sem previsão de retorno às suas casas, seja porque as áreas seguem inundadas ou porque tiveram residências destruídas pela força das águas.
“Só o que nós não temos condições de devolver para o nosso povo são as vidas das pessoas que foram perdidas”, disse o ministro, mencionando as ainda 150 pessoas desaparecidas.
Ele classificou as medidas anunciadas pelo governo federal para o estado como o maior plano de apoio a uma situação de catástrofe da história do país.