Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Mãe e filha, de 54 e 24 anos, foram presas sob suspeita de manter trabalhadores em condições análogas à escravidão em um sítio situado em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas, durante a operação “Virtude” na última quarta-feira 19/6.
A investigação da Delegacia Especializada em Crimes contra a Pessoa Idosa (DECCI), liderada pela delegada Andrea Nascimento, começou após uma denúncia indicar que um idoso estava em situação de trabalho escravo. A informação foi confirmada pelos policiais ao chegarem no local, onde confirmaram a denúncia.
Segundo relatos, a mulher de 54 anos obrigava o idoso a realizar todos os afazeres do sítio e cuidar de mais de 150 animais sem receber salário, em jornadas exaustivas. A suspeita, que possui residência em Manaus, foi localizada após investigações nos registros policiais.
Além disso, durante o processo de investigação foi descoberto um empréstimo de R$ 16 mil transferido da conta do idoso, de 63 anos, para a conta da filha da suspeita. A jovem, de 24 anos, utilizou parte desse valor para uma viagem à França para um campeonato de jiu-jitsu.
Leia também: Jovem armado invade casa e tenta estuprar mulher em Manaus
Os crimes, que teriam começado em setembro de 2022, coincidindo com o início do recebimento de benefício do INSS pelo idoso, foram descobertos por meio de documentos e comprovantes.
Outro homem, de 57 anos, também foi identificado como a vítima das mulheres. Ele, desempregado, começou a trabalhar para a mulher em dezembro de 2023 sob promessa de salário, mas acabou vivendo em condições de trabalho análogo à escravidão, sem receber pagamento e com alegações constantes de dívidas dele com a suspeita.
As vítimas dormiam em condições precárias, dividindo espaço com animais, e apresentavam ferimentos e debilidades físicas evidentes devido ao trabalho pesado todos os dias com os animais do sítio.
Nesse momento as duas mulheres, mãe e filha, estão detidas e devem enfrentar acusações que incluem redução à condição análoga à de escravo, supressão de documentos particulares, apropriação indevida de bens de pessoa idosa, além de discriminação e desdém contra pessoas idosas. Elas também aguardam julgamento sob custódia judicial.