Elen Viana – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Um bebê recém-nascido foi resgatado durante a Operação Salvaguarda, realizada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), nesta terça-feira, 20/8. A mãe biológica entregou a criança para quitar uma dívida com o tráfico de drogas.
“Durante as investigações, pensamos inicialmente que poderia se tratar de uma adoção ilegal. Mas isso caiu por terra quando tivemos acesso a uma declaração de óbito falsa, apresentada pela mãe biológica à família, afirmando que a criança havia morrido”, informou a delegada Juliana Tuma, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
Duas mulheres, identificadas como Ester Naissa Soares Tavares, 24, e Vitória Laissa Soares Tavares, de 22 anos, foram presas por participarem do esquema criminoso de tráfico humano.
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Segundo informações da Polícia Civil, a criança tinha apenas 20 dias de nascida. As investigações começaram há aproximadamente dez dias e identificaram que a mãe biológica, entregou o recém-nascido para quitar uma dívida com drogas.
A delegada Juliana Tuma afirmou que a operação, que contou com o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core-AM), cumpriu cinco mandados, sendo dois de prisão temporária e três de busca e apreensão.
“Esta operação investiga o tráfico de pessoas, a falsificação de documento público e a falsidade ideológica. Até hoje, essa criança não foi registrada em cartório e foi entregue para pagar a dívida que a mãe tinha com a compra de drogas”, afirmou a delegada.
Ainda segundo informações de Tuma, o caso foi considerado uma premeditação: “A própria mãe admitiu todas as informações. Ela saiu da maternidade num sábado para evitar registrar a criança. Toda essa situação configura o tráfico de pessoas. Hoje também prendemos a intermediadora, que estava com uma carteira falsa e documentos falsos da criança. Ela ameaçava constantemente a mãe da criança, que havia se arrependido de ter entregue o bebê”, concluiu a delegada.
O delegado Juan Valério, da Core-AM, destacou a complexidade e o risco da operação, pois a área onde o bebê estava escondido era conhecida pelo intenso tráfico de drogas. A equipe precisou de um planejamento meticuloso para evitar que o bebê fosse movido para outro local e garantir a segurança da criança.
A criança foi entregue aos familiares, e o Conselho Tutelar segue acompanhando o caso. As mulheres presas devem responder por tráfico de pessoas e falsificação de documento público. A mãe da bebê também será responsabilizada pelos crimes de tráfico de drogas e falsidade ideológica.