Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Apostas online crescem entres os brasileiros. Em 2023, aproximadamente 22 milhões de pessoas (14% da população) fizeram pelo menos uma aposta online, um índice superior ao de utilização da maioria dos produtos de investimentos disponíveis. Como por exemplo, a compra de títulos privados, fundos de investimento, títulos públicos e planos de previdência foi de 5%, 4%, 2% e 2%, respectivamente.
Os dados são da 7ª edição do relatório “Raio X do Investidor Brasileiro” realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) que estuda o comportamento da população brasileira em relação aos seus investimentos.
Segundo o estudo, dos 14% de apostadores, 3% (5 milhões de pessoas) utilizam frequentemente aplicativos de apostas, 5% (8 milhões) apostam de vez em quando e 6% (10 milhões) raramente.
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A geração Z (16 a 27 anos) foi a que mais fez apostas online, com 29%, seguida pelos millennials (28 a 42 anos) com 18%.
Já a geração X (43 a 62 anos em 2023) e os boomers (63 anos ou mais) tiveram menor participação, com 6% e 4%, respectivamente. O público masculino destaca-se com 19% de apostadores, nove pontos percentuais a mais que as mulheres (10%).
Motivações para apostar
As principais motivações para apostar foram a chance de ganhar dinheiro rápido em momentos de necessidade (40%) e a possibilidade de ter um retorno alto (39%). Outros motivos incluíram diversão (26%), a emoção de apostar (25%) e a oportunidade de apostar valores pequenos (20%).
Entre aqueles que veem as apostas como uma forma de ganhar dinheiro rápido, destacam-se as classes C (42%) e D/E (44%), e a geração X (52%). Para quem aposta por diversão, os percentuais são maiores entre a classe A/B (33%) e entre os millennials (30%).
As mulheres citam a chance de ganhar dinheiro rápido mais que os homens (46% contra 35%), enquanto os homens valorizam mais a emoção de apostar (27% contra 23%).
Apostas como Investimento
Duas em cada dez pessoas apostadoras (22%) consideram as apostas uma forma de investimento financeiro, índice que chega a 25% entre os homens.
Entre classes sociais, as diferenças são pequenas: 25% na classe D/E, 22% na classe A/B e 21% na classe C.
Por geração, os boomers (63 anos ou mais) se destacam, com 38% vendo as apostas como investimento, seguidos pela geração X (27%) e geração Z (24%). Apesar de serem os que menos apostam online, os boomers que apostam têm uma maior tendência a enxergar as apostas como uma aplicação financeira. Ao contrário dos jovens da geração Z que são os que mais apostam, mas não consideram a modalidade como um investimento na mesma proporção.