Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, marcou presença em audiências no prédio do Ministério da Justiça. A mulher compartilhou fotos e vídeos de sua estadia na capital federal, registrando visitas ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), à Câmara dos Deputados e encontros com políticos. A notícia foi publicada no jornal O Estadão desta segunda-feira, 13/11.
Luciene, é casada com Clemilson dos Santos Farias, o “Tio Patinhas,” líder de uma facção criminosa no Amazonas. A “dama do tráfico” condenada por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa, responde em liberdade, enquanto “Tio Patinhas” cumpre uma sentença de 31 anos de prisão.
Conforme publicado pelo Estadão, sua presença em reuniões com diretores e secretários do Ministério da Justiça e Segurança Pública não passou despercebida, levando a um posicionamento oficial do órgão.
A assessoria do ministro Flávio Dino afirmou em nota que a “dama do tráfico” integrava um grupo de advogados, ressaltando que “sua presença é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes.”
Flávio Dino usou as redes sociais para afirmar que “nunca recebeu, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho”.
O caso levantou questionamentos e chamou atenção sobre a presença de figuras ligadas ao crime em instâncias governamentais. Com isso, o deputado federal Amom Mandel se manifestou, acionando a Procuradoria Geral da República para investigar essas visitas feitas por Luciene ao Ministério da Justiça.
Investigação
O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) tomou a iniciativa de protocolar uma notícia crime, na manhã desta segunda-feira 13/11, na Procuradoria Geral da República (PGR) para investigar as visitas de Luciane Barbosa Farias, a “dama do tráfico amazonense”, ao Ministério da Justiça.
O pedido de investigação fundamentado nas denúncias divulgadas pelo jornal O Estadão, destaca a necessidade de assegurar a preservação da confiança da população nas instituições democráticas do país.
“É crucial assegurar a responsabilização, a transparência e a preservação da confiança da população nas instituições democráticas do país, mormente no órgão máximo responsável por promover a segurança pública”, declarou em um trecho do documento.
Mandel expressou sua preocupação com as possíveis relações suspeitas entre a facção criminosa carioca e o Ministério da Justiça, alertando para o impacto na segurança pública e na credibilidade da pasta.
“A parte mais grave dessas revelações é que não temos como saber o que realmente foi conversado entre a líder do CV amazonense e as quatro autoridades com quem ela encontrou. Além disso, o MJ não tinha como identificar a quem estava permitindo o acesso? Isso é muito sério, porque começamos a desconfiar do trabalho de inteligência no país. O caso levanta questões cruciais sobre a segurança e a integridade das instituições em um contexto democrático”, ressaltou o deputado no documento.