Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Geinara Barros, de 39 anos, moradora da comunidade rural de São Benedito de Urucarazinho, no município de Urucurituba, a 298 quilômetros de Manaus, está no aguardo de um helicóptero para levá-la ao hospital, pois passou mal neste final de semana devido à obesidade, pesando mais de 180 quilos, e à hipertensão.
O portal Rios de Notícias conversou, nesta segunda-feira, 14/10, com Cláudio Lima, um morador de Urucurituba e amigo de Geinara e seu esposo, que atualizou a situação.
“Ela está acamada, sem qualquer assistência. Na localidade, não há medicamentos nem alimentos básicos. A população está completamente isolada devido à seca, e a caminhada até a sede do município leva cerca de seis horas. O acesso para transporte até Boa Vista do Ramos só é possível por helicóptero”, explicou Cláudio.
Segundo Cláudio, na comunidade rural de Urucará, a seca do rio impossibilita a entrada de lanchas, carros ou qualquer outro meio de transporte, tornando o transporte apenas aéreo.
“Está muito difícil sair de lá no momento. Geinara estava mal, mas ontem à tarde, o esposo dela, conhecido como ‘Jesus’, me ligou e disse que ela já estava melhor. Acionamos a Defesa Civil do município, que contatou a Defesa Civil do Estado para tentar conseguir um helicóptero para tirá-la da comunidade, pois atualmente só há essa opção”, relatou Cláudio.
O problema de locomoção que Geinara enfrenta é apenas a ponta do iceberg, pois a seca severa tem causado consequências devastadoras nas comunidades ribeirinhas da região amazônica.
“A seca prejudica todos aqui. No Paraná do Ramos, os barcos não conseguem passar para as cidades de Boa Vista do Ramos, Barreirinha e Maués. Todos sofrem durante essa época”, afirmou Cláudio.
De acordo com ele, a viagem de helicóptero de Boa Vista do Ramos leva cerca de 10 minutos. “A pé, é complicado para Geinara. Ela tem parentes lá e gostaria de estar perto da família. Vamos conseguir levá-la, se Deus quiser, mas estamos apenas dependendo do helicóptero da Defesa Civil. Temos cestas básicas para entregar nessas comunidades, mas não conseguimos fazer a entrega porque o helicóptero ainda não veio”, concluiu Cláudio Lima.