Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Após a confirmação da morte de um homem por febre amarela, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP) emitiu na quinta-feira, 14/12, um alerta para vacinação contra a doença. A vítima, de 20 a 30 anos, trabalhava na zona rural de Presidente Figueiredo, a 126 quilômetros de Manaus.
Em outubro, o homem começou a apresentar sintomas como febre, dor abdominal e vômito. Ele chegou a ser encaminhado para um hospital de Manaus, mas morreu 15 dias após o início dos sintomas.
O Instituto Evandro Chagas confirmou o diagnóstico do caso apenas no dia 11 de dezembro, após a investigação epidemiológica descarta dengue e leptospirose. A amostra foi direcionada para diagnóstico de febre amarela.
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, enfatiza a importância da vacinação: “Alertamos para quem ainda não se vacinou contra a febre amarela, uma doença imunoprevenível, que atualize a carteira de vacinação. Os municípios devem intensificar a busca por faltosos desse imunizante”.
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Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES) o risco de surto da doença no Amazonas é pequeno. Nos últimos quatro anos, foram registrados apenas cinco casos de febre amarela no estado e todos registrados nas zonas rurais, já que, no Amazonas, o vírus circula em área silvestre.
Vacinação
A vacina contra a febre amarela está disponível na capital e no interior do Amazonas, abrangendo unidades básicas de saúde. Com uma cobertura vacinal de 62,18%, conforme dados de 2022 da FVS-RCP, a população pode buscar imunização, independentemente de idade ou sexo, especialmente em áreas de risco.
“Qualquer pessoa não vacinada, independentemente da idade ou sexo, que se exponha em áreas de risco e/ou com recomendação de vacina. É fundamental cobertura vacinal da população em todo o território nacional, esta é a principal forma de prevenir a febre amarela“, reforça o Ministério da Saúde.
O alerta epidemiológico realça os sintomas iniciais da doença, incluindo febre alta, dor de cabeça intensa, falta de apetite, náuseas e dor muscular, orientando buscar atendimento médico ao primeiro sinal desses sintomas.
“Em caso de aparecimento desses sintomas, a orientação é buscar um serviço de saúde para atendimento médico”, acrescenta a diretora Tatyana.
O que é a doença
A febre amarela, doença infecciosa aguda, tem a gravidade ampliada pelo vírus transmitido por mosquitos vetores. Com dois ciclos de transmissão, silvestre e urbano, a doença representa um desafio epidemiológico.
A transmissão ocorre por meio da picada de mosquitos infectados, principalmente em áreas rurais ou de floresta, sem transmissão direta de pessoa a pessoa. A relevância epidemiológica chama atenção pela gravidade clínica e risco de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo Aedes aegypti.
De notificação compulsória imediata, suspeitas devem ser comunicadas às autoridades em 24 horas. A febre amarela silvestre é endêmica na região amazônica, mas em áreas fora dela, epidemias sazonais podem ocorrer, ressurgindo o vírus periodicamente.
A maior parte dos casos ocorrem nos períodos entre dezembro e maio, e com surtos que ocorrem com periodicidade irregular, quando o vírus encontra condições favoráveis para a transmissão, podendo atingir para além dos limites da área endêmica e atingir estados das regiões Centro.