Redação Rios
SÃO PAULO – Subiu para 16 o número de mortes decorrentes da operação policial realizada na Baixada Santista desde a última semana. São dois óbitos a mais do que os confirmados até a noite desta terça-feira, 1º, segundo novo balanço divulgado pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP).
A Operação Escudo teve início na última semana após a morte do soldado da Rota Patrick Bastos Reis, de 30 anos, baleado quando fazia patrulhamento em uma comunidade no Guarujá. Desde então, foram presos 58 suspeitos, segundo balanço oficial do governo do Estado.
Conforme a SSP, em cinco dias de Operação Escudo, também foram apreendidos quase 400 kg de drogas e 18 armas, entre pistolas e fuzis. “Dezesseis suspeitos morreram ao entrarem em confronto com as forças de segurança desde o início da operação“, disse a pasta.
Moradores do Guarujá, no entanto, relatam indícios de execuções por parte da PM. Em entrevista para a Rádio Eldorado, o ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo, Cláudio Silva, afirmou que o órgão tem recebido diversos tipos de denúncias de tortura por parte da população.
“Tem denúncias de tortura e de pessoas adoecidas mentalmente. Tem denúncia de uma pessoa que estava com o filho de oito meses no colo e foi entregue para a mãe e essa pessoa foi morta”, disse em entrevista nesta quarta.
Segundo a secretaria, “todas as ocorrências com morte durante a operação resultaram da ação dos criminosos que optam pelo confronto, colocando em risco tanto vítimas quanto os participantes da ação”.
A pasta afirma que todos os casos desse tipo são minuciosamente investigados pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos e pela Polícia Militar, por meio de Inquérito Policial Militar (IPM).
“As imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos em curso e estão disponíveis para consulta irrestrita pelo Ministério Público, Poder Judiciário e a Corregedoria da PM”, disse o órgão.
O órgão relembrou que, nesta terça-feira, dois PMs foram atacados a tiros em Santos. Segundo a SSP, isso “comprova a necessidade de manter em curso a Operação Escudo na região, para sufocar o tráfico de drogas e desarticular o crime organizado”. A previsão é que a operação, que teve início no último dia 28, dure um mês.
*Com informações da Agência Estado