Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Motoristas de aplicativo da capital amazonense se reúnem, nesta segunda-feira, 15/5, na avenida do Samba, ao lado do sambódromo, zona Centro-Oeste, para manifestação contra a atual tarifa mínima das plataformas.
A categoria aderiu ao ato nacional, o qual também pede o aumento do quilômetro rodado para R$ 2. Em Manaus, a manifestação iniciou por volta das 8h30, e deve seguir até às 8h30 de terça-feira, 16.
A expectativa, conforme o presidente do sindicato dos motoristas de aplicativo de Manaus, Alexandre Matias, é que tenha a participação de mais de 60% da categoria, que atua na capital, na paralisação.
Já em relação à concentração, ao menos 1 mil trabalhadores devem participar do ato no sambódromo. “Recomendamos que os motoristas fiquem em casa hoje, ou participem da manifestação”, afirmou Matias.
A principal reivindicação da categoria, de acordo com Alexandre Matias, é o aumento da tarefa mínima de R$ 5,99 para R$ 10. Outra solicitação é a taxa de cancelamento, que seria o valor repassado ao motorista por uma corrida cancelada.
“Normalmente, nossos passageiros já pagam essa taxa para os aplicativos, que não é repassado para a gente. Hoje, os principais aplicativos de mobilidade cobram da gente entre 20% à 55%. Então, já estamos a oito anos no Brasil, e a seis anos no Amazonas e sem aumento de tarifa. Houve um decréscimo”
Alexandre Matias, presidente do sindicato dos motoristas de Manaus
Atualmente, o movimento de motoristas de aplicativo possui 15 lideranças em Manaus. Para o presidente da ADMS Comando Tiago Rodrigues Neves, os valores repassados para os motoristas estão “defasados”.
“Nós chegamos a pagar R$ 10 o litro do combustível. A nossa categoria já chegou no limite da paciência. As plataformas não valorizam a classe. Não tem humanização. O motorista é descartado para as plataformas. Nossa guerra não é com a população, queremos apenas um preço justo”, contou.
Segurança
Um dos líderes do movimento dos motoristas de aplicativo em Manaus, Eder Rocha, destacou que nos últimos seis anos, houve cerca de 30 motoristas mortos em razão da crescente violência urbana na capital. “Precisamos de uma ação imediata na questão da segurança”.
“Só neste mês, houve um assassinato no Brasileirinho. Também tivemos mais de 10 parceiros esfaqueados e vítimas de arma de fogo. É um número bem alto, e toda assistência é dada por nós, os motoristas”, salientou.
De acordo com Eder, os manifestantes pedem do poder público mecanismos para diminuir a violência enfrentada pela categoria, como a criação de uma delegacia especializada para o transporte público.
“Além da nossa categoria, que tem uma média de cinco assaltos diários, nós também temos os ônibus que sofrem constantemente com os assaltos. Nós não temos apoio imediato para solucionar. Vamos nas delegacias e elas estão fechadas. Então, queremos diálogo com os órgãos públicos”
Eder Rocha, líder do movimento dos motoristas de Manaus