Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Uma van da empresa Transoliveira foi incendiada na madrugada desta sexta-feira, 20/9, no Distrito Industrial de Manaus, durante um protesto organizado por motoristas do transporte especial.
A manifestação ocorreu em decorrência do descumprimento de um acordo trabalhista firmado em junho deste ano na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Amazonas.
Na ocasião, o acordo foi estabelecido durante uma reunião de mediação e formalizado na convenção coletiva de trabalho da categoria. Entre os participantes, estavam representantes do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transporte Especial (Sindespecial) e do sindicato patronal.
Conforme o acordo, ficou definido que, de 1º de setembro de 2023 a 31 de agosto de 2025, os motoristas de veículos pesados (com capacidade acima de 22 lugares) receberiam um reajuste de 4,50%, com o salário chegando a R$ 2.805,00. Já os motoristas de veículos leves (com até 21 lugares) teriam um aumento de 5,90%, elevando o salário para R$ 2.100,00.
Além disso, estavam previstos aumentos na cesta básica, na cesta sindical dos trabalhadores e no vale-alimentação.
No entanto, segundo o presidente do Sindespecial, Willian Enock, o reajuste não foi aplicado para alguns motoristas, gerando insatisfação e revolta entre os trabalhadores.
“As empresas que não cumprem os acordos costumam ser as chamadas ‘piratas’, aquelas vans e ônibus brancos que não possuem identificação. No entanto, também há empresas regularizadas que não aplicaram o aumento. Quando os motoristas perceberam que o reajuste salarial não veio, eles se revoltaram”, explicou Willian Enock.
Em entrevista ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS, Enock relatou que foi chamado por volta das 5h da manhã para conter os ânimos de cerca de 25 motoristas presentes no local do incidente. Ele destacou que o sindicato não apoia atos de vandalismo ou atitudes radicais, e que buscará o diálogo como solução.
“Conversei com os motoristas, representantes dos trabalhadores do Polo Industrial de Manaus e alguns empresários. Estamos tentando agendar uma reunião no Ministério do Trabalho para resolver a situação e evitar novos conflitos. Os trabalhadores apenas querem receber a diferença salarial. Hoje era para ser pago o vale e 40% do salário com o reajuste, mas isso não ocorreu”, explicou Enock.
O presidente do Sindespecial também alertou que, se até o dia 5 de outubro a diferença salarial não for paga, haverá novas mobilizações. “Caso isso aconteça, o sindicato estará à frente para organizar as manifestações e evitar qualquer desordem”, concluiu Willian Enock.